Inventado no início dos anos 90, em Santa Maria, pelo ferroviário aposentado Ursulino Machado da Silveira, 71 anos. Atualmente é comercializado por seu sobrinho, sócio-gerente dos Feijões Tricaldo, Roger Oliveiro. O feijão é natural, desidratado, cozido e moído, mantendo suas características particulares como as proteínas. Por esta razão, Oliveiro aguarda o incentivo do Estado para incluir sua produção junto à merenda das escolas públicas. O processo já foi patenteado e tem a vantagem de ser “o único feijão em pó instantâneo e integral do País”, defende Oliveiro. O gerente já recebeu propostas do Mato Grasso, Goiás e Bahia para expandir sua produção.
O feijão Tricaldo é o único feijão em pó instantâneo do país, ressalta Roger Oliveira. Ele destaca como principais qualidades do produto a facilidade no preparo, sendo que as características nutricionais são mantidas em todo o processo. A preparação do feijão em pó cumpre o seguinte rito: pega os grãos e coloca para cozinhar; após, desidrata o grão (tira a água); bota órgão pra moer; faz a secagem da pastado grão numa secadora; novamente faz a moagem, transformando então em pó. Além de aproveitar 100% do grão, diz Roger, evitam-se carunchos, pedras e outros objetos estranhos, que normalmente são encontrados em uma embalagem com feijão em grão.
O desenvolvimento deste tipo de produto, teve como finalidade principal, a facilitação do seu preparo, de forma mais homogênea e econômica, no uso diário e doméstico, a preservação da integralidade de suas características nutricionais, sem a adição ou subtração de qualquer de seus componentes próprios quando ainda grão e, ainda, sem a adição de quaisquer componentes químicos de conservação. No processo de limpeza e seleção, inicia-se a economia ao consumidor, pois são originadas perdas de volume (cerca de 20%) referentemente as sujidades contidas no lote, bem como dos grãos partidos ou decompostos por pragas, que são totalmente eliminados por processo eletrônico, preservando-se, somente, os grãos totalmente sãos e íntegros. Portanto, cada quilo de feijão em pó equivale ao mesmo peso de preparo e consumo.
Na etapa de hidratação prévia (molho), são eliminadas inúmeras substâncias nocivas e indigestas, tais como os defensivos agrícolas (inseticidas, fungicidas, etc.) especialmente o já mencionado hidrogênio sulfurado (formador de gases), reduzindo substancialmente o desconforto digestivo quanto ao consumo do produto . Na etapa sequente de cozimento, o produto é total e uniformemente cozido, sob pressão e temperatura adequadas e idênticas às empregadas na cozinha doméstica, inclusive quanto aos utensílios (salvaguardadas as proporções) e nas industriais, com a finalidade de manter-se as habituais práticas de preparo equivalentes ao feijão em grãos. No processo de desidratação (secagem pós-cozimento), obtém-se a redução da umidade, nos grãos, eminentemente necessária a perfeita moagem integral e continuada dos mesmos, até a obtenção da granulometria necessária ao estado de pó fino conveniente à característica que o possibilita tornar-se instantaneamente solúvel, facilitando sobremaneira sua re-hidratação e preparo.
Segue-se a lavagem dos grãos selecionados, em tanques (fibra de vidro) de grande capacidade. Depois de lavados, permanecem em hidratação por tempo adequado, conforme o índice de umidade, da mesma maneira que é tratado pela forma doméstica (“deixado de molho”). Nesta fase, pelo escoamento da água, são eliminadas algumas toxinas, inclusive o hidrogênio sulfurado. Os grãos, na quantidade pré-determinada, são totalmente (100%) cozidos em panelas de pressão industriais, nos mesmos níveis de temperatura e pressão tradicionais (padrão). Completado o cozimento, os grãos são levados ao secador em leito fluidizado, respeitados os limites de temperatura para que não haja a queima dos nutrientes e reduzindo ao mínimo os índices de umidade dos mesmos. Após esta etapa do processo, o produto já pode ser armazenado, em estado natural, por longo período, sem que haja riscos de deterioração. Para obtenção do pó, o feijão desidratado passa por moinhos desintegradores, até granulometria desejada, sem peneiramento, separação ou adição de qualquer componente, para que se mantenha plenamente natural e integral.
Cozinhar e consumir feijão em pó. Experiência que um número restrito de pessoas já teve. Entretanto, este produto, uma inovação desenvolvida artesanalmente por um ex-ferroviário, ao longo de 40 anos é hoje produto comercial, que, com todas as dificuldades de uma economia globalizada, recheada de grandes oligopólios, trava uma verdadeira batalha do grão contra o milhão. No mês de agosto, o Feijão Sulino Indústria e Comércio Ltda. vai participar de um processo licitatório para fornecer o Feijão Tricaldo (nome fantasia do feijão em pó) ao Restaurante Universitário da UFSM. Atualmente, o produto é fornecido a cinco prefeituras da região centro do estado. Mas a luta não tem sido fácil, afirma Roger Oliveira, sobrinho de Ursulino Machado da Silveira, o inventor da fórmula que possibilitou se chegar ao feijão em pó. Apesar do contrato de exclusividade assinado com a Rede Super em vigor, Roger avalia que não há um grande incentivo na divulgação do produto. No entanto, entrar em grandes redes como Sonae (Big e Nacional), Carrefour, ou outras cadeias supermercadistas é impensável.
Fonte: http://www.vivernocampo.com.br/noticias/noticias.htm
acesso em março de 2003
http://www.tricaldo.com.br/
acesso em novembro de 2005