Agropecuária

Tanques Rede para Pescado

Produzir até cem quilos de pescado por metro cúbico de água em menos de dois anos, com retorno garantido oito vezes superior ao aplicado. Esta é a meta do projeto-piloto “Aproveitamento de Águas Improdutivas para Criação de Peixes em Tanques/Rede” – método não predatório desenvolvido pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais, do Ibama de Rondônia, para garantir o sustento das famílias dos que vivem da pesca extrativa.

O projeto, que está sendo patenteado, pretende reduzir as fortes pressões locais sobre os estoques pesqueiros ameaçados de extinção, atendendo às necessidades básicas das populações ribeirinhas de Guajará-mirim, Candeias do Jamari e da Reserva Extrativista do Lago do Cuniã/RO. Amparado no êxito do projeto experimental de Rondônia, o presidente do Ibama, Hamilton Casara, pretende expandir a tecnologia para toda a região amazônica, o norte, e o nordeste do país, como alternativa econômico-ecológica para os pescadores.

 

Três projetos no valor de R$ 2 milhões, para instalação de Usinas Produtivas de Criação de Tambaqui e de Pirarucu em Tanques/Rede, em Rondônia, foram encaminhados no final de janeiro pelo governador do estado para aprovação do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. A expectativa do chefe do CNPT/RO, Emanuel Casara, é implantá-los “ainda neste semestre, como parte do resgate da dívida social do governo estadual para com os pescadores ribeirinhos”.

Casara ressaltou que a criação de peixes em tanques/rede proporciona às populações tradicionais oportunidade única de sustentar suas famílias com proteína de pescado, e ao mesmo tempo reduz a pressão sobre os estoques pesqueiros naturais, permitindo a recomposição dos cardumes da bacia hidrográfica da Amazônia.

Em parceria com as prefeituras municipais de Guajará-mirim, Candeias do Jamari, e da Resex do Lago do Cuniã, a implantação das unidades produtivas garantirá a produção de pescado com tamanho e peso ideais para o mercado em apenas 21 meses, explicou Casara. Os peixes são alimentados com ração extrusada (28% de proteína bruta), proporcionando um produto sem gorduras e com sabor semelhante ao pescado natural dos rios da Amazônia.

A tecnologia, sedimentada no sucesso do projeto-piloto Unidades Demonstrativas de Criação de Tambaqui em Tanques-rede desenvolvido no rio Candeias entre 12/12/98 a 24/12/98 pelo CNPT/Ibama/CNPq, em convênio com o governo de Rondônia, a Fepero a Eletronorte, reduz a pressão sobre os estoques pesqueiros e os riscos de extinção de espécies regionais. Em curto prazo, também produz alimento a baixo custo e em grande quantidade, gerando emprego e renda familiar e causando impacto positivo na economia regional.

 

Fonte: http://rvnews.radiobras.gov.br/2001/fev/rea-20010226-171858-0022.htm

Acesso em dezembro de 2001