Os postos de gasolina e as oficinas utilizam dois procedimentos para trocar o óleo: sucção e escorrimento pelo bujão. Para o motor, o que interessa é substituir todo o óleo velho, evitando que, ao ser misturado, o novo tenha suas condições de lubrificação afetadas. Preocupado em diminuir o tempo de troca de óleo por escorrimento (leva cerca de meia hora), a poluição causada pelos vestígios de óleo derramado no chão e os riscos de o mecânico se expor ao contato com um derivado de petróleo, o engenheiro João Cláudio Degani desenvolveu um sistema de troca a vácuo e patenteou-o no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), há 12 anos, tendo sido fabricadas mais de 5000 unidades, tendo sido exportada para diversos pases da America do Sul. O equipamento é um moto-compressor de vácuo elétrico que, por meio de uma sonda enfiada no cárter, no lugar da vareta do nível do óleo, suga o lubrificante, leva-o a um compartimento de vidro (onde pode ser observada a quantidade que sai) e o armazena em um recipiente de plástico. Dali, o óleo pode ser encaminhado direto para a reciclagem.
A idéia que deu origem à Motorvac Equipamentos Mecânicos Ltda não é uma novidade. Desde 1927, europeus e americanos usam máquinas do gênero para trocar o óleo dos motores. Dos anos 60 até o início dos 70, se usavam bombas de sucção por ar comprimido que, por deixarem uma quantidade de resíduos de óleo muito elevada, se mostraram ineficientes e saíram do mercado – diz Degani. O engenheiro estima que existam 8 mil unidades do moto-compressor instaladas no Brasil, ressaltando o convênio com a Castrol e o uso da máquina por concessionárias autorizadas. A Motorvac já exportou seus produtos para países da América Latina e para os Estados Unidos. O chefe da oficina da Importadora Americana (revenda da Ford), em Porto Alegre, Ernesto Sperrhake afirma que muitos clientes duvidam da eficiência do equipamento a vácuo “Quando isso ocorre, peço para levantar o carro no macaco e abro o bujão embaixo para mostrar se ficou ou não resíduo” observa Sperrhake.
Segundo ele, a quantidade de óleo que fica é mínima, sendo equivalente ao processo por escorrimento (ele se refere aos resíduos nas paredes do cárter). A diferença está no tempo do processo (dois a três minutos) e na limpeza proporcionada. Já Ivan Hoerlle, da Hoerlle Reparação de Veículos, embora não tenha restrições quanto ao processo a vácuo, prefere o escorrimento. Segundo ele, ao tirar o bujão é possível analisar outros itens do carro. – Se houver limalha na superfície do bujão, é indício de que há algum problema no carro – exemplifica Hoerlle. Degani alerta que no manual de instruções do moto-compressor da Motorvac estão relacionados os modelos de veículos em que não é possível realizar a troca de óleo a vácuo, pois a forma de construção do motor impede que a sonda de sucção atinja o fundo do cárter. Um exemplo são o Tempra e o Tipo, com motor 2.0 e oito válvulas.
Os automóveis fabricados nas décadas de 40, 50 60 e até 70 tinham a necessidade da lubrificação com graxa nas ponteiras de direção, molas, eixo de pedais, etc. Para tal procedimento, era necessário colocar o automóvel em uma vala ou elevador, e primeiramente efetuar uma lavagem com água, pois os pinos de lubrificação estavam cobertos com barro oriundo das estradas da época.Então, como ele estava em posição favorável, aproveitava-se para trocar o óleo através do bujão inferior do carter. Já os automóveis fabricados a partir da década de 70 eram do tipo monobloco, com todas as buchas de borracha, que eliminaram a necessidade do engraxamento. Isto, aliado ao progressivo asfaltamento das estradas, suprimiu quase que totalmente também a necessidade da lavagem inferior. Ainda considerando que nos postos de cidade, em função da proliferação das lojas de conveniência como uma fonte de renda mais atrativa que os tradicionais boxes de lavagem e lubrificação, reduziu-se a área destinada a estes serviços; a MOTORVAC aí vislumbrou a oportunidade do lançamento de seus equipamentos. No final dos anos 60 e início dos anos 70, foram introduzidas no mercado máquinas de troca do óleo com funcionamento a ar comprimido, que em poucos anos desapareceram em função de seu baixo rendimento. No final de 1990 foi depositada a patente do equipamento de troca de óleo a vácuo MOTORVAC, gerado por meio de moto-compressor de funcionamento elétrico, proporcionando muito mais eficiência e rapidez. Esta patente foi deferida pelo INPI em janeiro de 1995, sob o número 9005731, estando válida até o ano de 2005. Até hoje existem instaladas e em pleno funcionamento mais de 8000 unidades destes equipamentos no Brasil e em outros países da América Latina.
O processo de troca de óleo a vácuo é extremamente simples, podendo ser comparado a tomar refrigerante com canudinho, onde o canudo é a sonda, a garrafa é o carter e a sucção, em vez de ser feita pela boca, é feita pela máquina. Inúmeros fabricantes europeus e americanos de equipamentos para oficinas e postos de serviços produzem este tipo de máquina, que é muito mais eficiente e ecologicamente correta do que o processo convencional de escorrimento do óleo pelo bujão. O fundamental neste procedimento é que a ponta da sonda toque o fundo do cárter (fig. 1), o que certamente esgotará totalmente o óleo nele contido, tal como ocorre na garrafa de refrigerante. Inclusive diversos veículos de marcas famosas como MERCEDES, BMW, VW, possuem tubos guia da vareta de nível de óleo mais longos que atingem o fundo do carter dispensando assim o uso de sondas, bastando apenas acoplar a mangueira de sucção da máquina. Isto deve-se ao fato de que a grande maioria dos veículos atuais possuem chapas protetoras inferiores que impedem o acesso ao bujão inferior, sendo assim necessário retirá-las com uso de pessoal e ferramental especializado demandando grande tempo e agregando maiores custos a esta operação. Este esgotamento total pode ser facilmente comprovado colocando-se o automóvel em um elevador, extraindo o óleo de seu carter com a máquina, erguendo o elevador e removendo o bujão do carter. Outro detalhe importante é que a máquina possui um visor de vidro, com escala em litros que indica ao operador e ao usuário o volume retirado do carter de seu veículo. Além das razões elencadas acima, pode-se ainda ressaltar as seguintes vantagens:
Elimina problemas com bujões emperrados ou vazamentos.
Torna desnecessário o complexo jogo de ferramentas especiais para retirar bujões, e que estão sempre sujeitas a extravios.
A operação é mais segura, pois não é necessário erguer o automóvel. Diversas quedas de veículos de elevadores têm sido registradas, bem como muitas queimaduras com óleo quente no momento da retirada do bujão.
O custo operacional e de manutenção da máquina é muito menor do que dos elevadores elétricos ou hidráulicos.
A higiene no manuseio do óleo usado é muito maior.
Mas a grande e fundamental razão para o uso da bomba de vácuo MOTORVAC para troca de óleo é que a rapidez obtida com o uso da máquina permite o incremento das vendas de óleo lubrificante devido ao rápido atendimento prestado ao cliente.
Fonte: Zero Hora – Caderno “Veículos” – Porto Alegre 08/04/2001 Os sistemas para troca de óleo
http://www.motorvac.com.br/portugues/literatura/lite_zerohora08042001.html
acesso em outubro de 2007
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