Automóveis

Rural Willys

Nos anos 50, as estradas brasileiras eram ainda piores que as de hoje: faltava asfalto e sobrava lama. Não é de se espantar que a montadora americana Willys-Overland tenha se interessado pelo país nos tempos de industrialização entre o fim do governo Vargas e o início dos anos JK. A Willys era uma fábrica independente que, durante os anos da Segunda Guerra, ganhou força produzindo o Jeep. Com o fim do conflito, este modelo passou a ser vendido também para civis (era considerado equipamento agrícola). Por volta de 1947, a Willys começou a diversificar a linha, criando versões “sociais” do Jeep: uma era o Jeepster (conversível que nunca foi feito no Brasil), outra era a Station Wagon. 

Os planos da Willys em São Bernardo do Campo foram iniciados em 1952. Quatro anos depois, a fábrica começou a montar os Jeep, usando peças brasileiras. A Willys Station Wagon, até então importada, passou a ser feita no Brasil no fim de 1958 – e foi logo rebatizada de Rural-Willys. As linhas eram as mesmas do modelo americano. Um detalhe característico era a pintura saia-e-blusa: verde e branca, vermelha e branca ou azul e branca. 

Quem vê a bonachona figura da Rural não imagina que sua origem está nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial. Ela é a versão familiar do Jeep, criado para as tropas americanas e usado em terrenos difíceis na África e na Ásia. Quando foi lançada pela Willys do Brasil, em 1956, a expressão “utilitário esportivo” ainda não fazia parte do nosso vocabulário: era caminhonete ou camioneta, mesmo. Mas ela foi uma precursora dessa tendência. 

Foram bem poucas as mudanças na Rural nacional. De 1959 até 1977, quando deixou de ser fabricada ela teve basicamente dois motores: um seis cilindros, originalmente com 90 cavalos, que foi aperfeiçoado ao longo do tempo, e um quatro cilindros, o mesmo com que a Ford equipou os últimos Maverick na década de 70. Nos primeiros tempos a mecânica era tão rústica quanto a dos Jeep. O motor a gasolina, de seis cilindros e 2.638cc, rendia 90 cavalos. O câmbio era de três marchas, com caixa de transferência para tração 4×4. Havia eixos rígidos na dianteira e na traseira. Além do uso no campo, o utilitário da Willys também era comum nas cidades e muito usado como carro de frota. A primeira grande inovação veio na Rural de 1960: a dianteira ganhou linhas exclusivas para o mercado brasileiro. O pára-brisa passou a ser inteiriço e o mesmo aconteceu com o vidro traseiro. Isso sem esquecer da Pick-up Jeep, na verdade uma Rural com caçamba. Introdução de novos paralamas dianteiros e nova frente que seria mantido até o final da produção. Introdução de vidros inteiriços na frente a na traseira substituindo os vidros bi-partidos. Assim a “Rural Jeep” ganha o novo “design” exclusivo do modelo 100% Brasileiro. 

Fonte: 
http://ruralwillys.tripod.com/historia/globo.htm
 
http://ruralwillys.tripod.com/historia/evolucao.htm
 
acesso em março de 2002
http://quatrorodas.abril.com.br/classicos/grandesbrasileiros/0702rural.shtml
acesso em novembro de 2005
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