O professor e sociólogo Alcir Brito, da Urcamp de Bagé, dedica-se à inventiva há mais de 30 anos e acredita que está na hora de começar o que ele chama de “despardalização”, ou seja, mudar a imagem do inventor alienado, que não se importa com o mercado consumidor. Filho e neto de inventores, Brito aprendeu ainda criança um dos segredos da atividade: “não ter medo de criar coisas simples”. Na carpintaria do pai, usava a criatividade para produzir peças cada vez mais práticas e baratas.
“Inventar, às vezes, é uma questão de seguir a intuição”, ensina este geminiano nascido em Tapes, há 55 anos. Outra regra básica para o criador, diz, “é ver as coisas com um olhar crítico e questionar sempre.” Para isto, o professor recomenda aos jovens que não tenham receio de “meter o nariz” em áreas dos outros. “Os grandes avanços do setor ferroviário foram obtidos por pessoas que não eram do ramo”, exemplifica. Formado em Ciências Sociais e mestrando em Sociologia (UFRGS), Brito leciona Geografia numa escola estadual e Sociologia na Urcamp. Para ele, a sala de aula é uma fonte permanente de inspiração. Algumas de suas criações mais conhecidas surgiram da observação atenta dos problemas comuns do cotidiano escolar. O marcador alfanumérico, por exemplo, é um sistema de codificação que combina letras e algarismos e agiliza as consultas aos livros. É de Brito também a idéia de usar um lápis bicolor, azul e vermelho, para destacar as perguntas e as respostas contidas num texto. Preocupado com a durabilidade dos materiais didáticos, o professor-inventor desenvolveu um livro com páginas de plástico que, riscadas com canetas especiais, podem ser apagadas e reutilizadas.
Fonte: http://www.sinpro-rs.org.br/extra/abr98/coisa.htm
acesso em outubro de 2002
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