Orlando Dias é o responsável pela invenção da máquina OD-253, que produz rapadura industrializada. Em uma hora, a engenhoca corta e alinha mais de seis mil pequenos tabletes do produto, prontos para o consumo. “Começamos a comprar a rapadura dos produtores para dar início à comercialização, através da empresa Samai”, explica Dias, que já estampou nas embalagens selo de garantia e código de barra. Subproduto da cana-de-açúcar, a rapadura, velha conhecida dos nordestinos e de alto consumo entre os trabalhadores braçais, romeiros e barqueiros do São Francisco, nunca foi considerado um alimento nutritivo e que fizesse parte do cardápio das classes mais afortunadas pela sorte. Conhecida dos brasileiros desde os tempos da colonização, ela ganha status de produto de exportação, graças à criatividade de um pequeno empresário juazeirense que resolveu industrializar o produto e tirar dele o máximo, enquanto complemento alimentar. Para conseguir seu objetivo, ele resolveu pesquisar o teor vitamínico do produto, recomendando os estudos a um laboratório francês, descobrindo que a rapadura é rica em vitaminas, proteínas e não provoca cárie dentária.
O microempresário Orlando Dias Nunes, que descobriu o valor industrial da rapadura, disse que “tudo foi por acaso”. Fazendeiro, sempre comprava rapadura como complemento alimentar para os trabalhadores e observava a maneira como os operários tinham dificuldade para quebrar a peça e interferiu, inventando uma máquina de quebrar rapadura, equipamento simples e patenteado que revolucionou a sua vida.
A rapadura industrializada já foi lançada também na Agriffur, na Argentina, e está no mercado francês. No Brasil, o produto se encontra nas grandes cadeias de supermercados como o Carreffour, Extra, Bom Preço e Perini. “Agora, vamos lançar o pirulito de rapadura que é outra novidade”. A empresa de Orlando produz de acordo com a demanda e continua uma empresa familiar, oferecendo 30 empregos diretos. Ela funciona num galpão industrial da Sudic, no Distrito Industrial do São Francisco. A Doces Samai é a empresa familiar que deu ao mundo o sabor da rapadura, descoberta há 500 anos e nunca industrializada. Ela está no mercado em forma de granulado, tabloides, caramelo, creme, pasta e melaço. Embalada sem qualquer produto químico, é totalmente natural, conservando, por isto, todas as suas propriedades, garante Orlando Nunes.
A invenção de Orlando refere-se a uma máquina que transforma a tradicional rapadura brasileira, em tijolinhos uniformes de 20 a 25 gramas, facilitando assim, a entrega e distribuição disciplinada, uniforme e embalada, principalmente na merenda escolar, onde está sua maior finalidade. A dita máquina, é constituída de uma mesa fabricada em cantoneiras de ferro, com 1/4″ de espessura, tem um altura também de 80 cm, e 90 cm de comprimento. Possui um motor de 3cv a 3.500 rpm, um conjunto de 5 serras especiais, onde deverá ter uma rotação de 2.800 rpm para melhor funcionamento. Em cada lateral da mesa, tem uma grelha de 20×30 cm para a ventilação. A mesa tem uma tampa móvel acoplada com duas dobradiças metálicas que será suspensa para a limpeza e regulagem. Na superfície, tem uma caixa protetora móvel, conforme móvel, conforme já descrito. A rapadura inteira, deverá ser posta em uma caixa de pressão, que correrá sobre dois trilhos, manualmente ou elétrica. Toda a parte elétrica da máquina está protegida por um disjuntor de 25 amperes.
Fonte: http://www.atarde.com.br/materia.php3?mes=08&ano=2000&id_materia=249540
http://www2.uol.com.br/JC/_2000/0608/ec0608p.htm
http://www2.uol.com.br/JC/0707/ec0607l.htm
acesso em maio de 2002
http://samai.com.br
acesso em dezembro de 2002