Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Doenças Tropicais

“Bioinseticida Contra Larvas da Dengue – Alessandra”

O dengue existia no Estado do Rio de Janeiro até a década de 1940, quando o combate ao mosquito da febre amarela, o mesmo que transmite dengue, acabou com a doença. Esta voltou, junto com o mosquito, no final da década de 1980. No início dos anos 90, houve a introdução de um segundo tipo do vírus do dengue (o sorotipo 2, até então tínhamos somente o sorotipo 1), aumentando o risco do número de casos de dengue hemorrágico. Os sintomas na forma hemorrágica evoluem rapidamente para sangramentos internos e nas mucosas, podendo ocorrer choques que levam à morte. Ocorrem geralmente quando a pessoa, que já teve a doença por um dos tipos de vírus (existem 4, chamados sorotipos), ao qual passa a ser imune, contrai a infecção por outro tipo. Combater a dengue pode se tornar uma tarefa cada vez mais simples. Um estudo recente na Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluiu que a borra de café inibe o desenvolvimento das larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Recomendado para uso doméstico, o ‘novo’ inseticida apresenta vantagens em relação aos químicos normalmente usados para combater o inseto e pode substituí-los com segurança.

 

A pesquisa foi realizada pela bióloga Alessandra Laranja sobre orientação da professora Hermione Bicudo. Elas constataram que a borra do café, altera a produção das esterases no organismo das larvas. Essas enzimas estão envolvidas em funções vitais do mosquito como reprodução, transporte de impulsos nervosos, desenvolvimento e a própria resistência a inseticidas químicos.

As pesquisadoras acreditam que, entre as substâncias encontradas na borra do café, a cafeína seja a maior responsável pela mortalidade das larvas, pois o mesmo efeito foi observado quando a substância foi aplicada isoladamente nos locais de proliferação do mosquito. Embora tenham constatado que a interferência na síntese da enzima ocorre paralelamente à inibição e morte da larva, as biólogas ainda não comprovaram uma ligação entre os eventos.

 

A cafeína mostrou efeito dose-dependente no bloqueio do desenvolvimento, isto é, quanto maior a concentração da cafeína no meio, mais precocemente esse bloqueio se manifestou. Desse modo, na cafeína a 2000 µg/ml o bloqueio ocorreu em L1, na cafeína a 1000 em L2, a 500 em L3 e a 200, predominantemente, em L4. A mortalidade nas diferentes fases foi acentuada nos meios tratados com essa substância. A longevidade dos adultos também foi afetada nos meios tratados. Resultados semelhantes foram obtidos com o uso da borra do café, nas concentrações de 0,05 e 0,1 g/ml. Há boas perspectivas de que ambas as substâncias possam constituir auxiliares no controle do Aedes aegypti. Paralelamente aos efeitos sobre os parâmetros biológicos mencionados, verificou-se também alterações das bandas esterásicas de larvas L4, submetidas aos tratamentos com cafeína nas concentrações de 100 e 200 µg/ml e com a borra do café a 0,025 g/mL. A análise do padrão de esterases, dos indivíduos tratados e controles, foi feita através de géis de poliacrilamida a 8%. A cafeína alterou o padrão de cinco bandas, sendo quatro carboxilesterases e uma acetilcolinesterase. A cafeína e a borra do café tiveram efeitos opostos em relação ao grau de atividade de cada banda esterásica. A alteração, pela cafeína, em Aedes aegypti, da atividade de bandas correspondentes a carboxilesterases e acetilcolinesterases, que normalmente desempenham papéis fisiológicos importantes nos insetos, pode ser uma das causas dos problemas ocasionados por essa substância, nos parâmetros biológicos analisados.

A ideia de estudar a ação da borra de café sobre o Aedes aegypti partiu de um estudo anterior orientado por Hermione Bicudo que verificou que, em moscas-das-frutas, a cafeína reduzia o número de descendentes e a longevidade.

Em laboratório, as pesquisadoras observaram o desenvolvimento de ovos, larvas e pupas do mosquito em diferentes concentrações de cafeína e borra de café. Os ovos chegaram a atingir a fase larval, mas pararam de se desenvolver e na maioria dos casos a larva morreu. O mesmo foi verificado nos testes feitos em campo, ao ar livre. As biólogas concluíram que quatro colheres de borra de café diluídas em um copo d’água bastam para inibir o desenvolvimento das larvas do mosquito em 100% dos casos.

Em São José do Rio Preto (SP), onde foi realizada a pesquisa, a vigilância sanitária já recomenda que se use nas casas o inseticida natural na concentração indicada pelas biólogas. O inseticida pode ser aplicado sobre a terra nos vasos de plantas, nos pratos que ficam sob os vasos, entre folhas de bromélias e em ralos. No entanto, a borra de café só age sobre a, inseticidas químicos continuam a ser usados no combate do mosquito adulto. “Também é preciso continuar a evitar a água parada, onde o Aedes aegypti se reproduz facilmente”, alerta Hermione. De qualquer forma qualquer método de combate à doença não dispensa a eliminação dos locais em que o mosquito se desenvolve. Portanto, acabar com os focos de água parada (garrafas, vasos, pneus e outros) continua sendo fundamental.

Os pesquisadores reiteram a necessidade do combate aos focos da dengue: “Reiteramos que o uso da borra deve ser feito na dose recomendada, porque nenhum remédio faz efeito abaixo da dosagem certa. No presente caso, não queremos servir cafezinho para o Aedes, queremos intoxicá-lo. Como nós ainda não sabemos quanto tempo dura o efeito da borra (estamos pesquisando isso), recomendamos que se coloque borra nova uma vez por semana. Lembremos porém, que, sempre que possível, o criadouro do Aedes deve ser eliminado. Por exemplo, para a dona de casa que já tem tantas ocupações, se ela puder eliminar o prato do vaso terá uma coisa a menos com que se preocupar, não é?”

A quantidade de borra a ser usada depende da quantidade de água que se acumula nesses locais. Por exemplo, se o prato do vaso ou a bromélia acumula mais ou menos um copo de água da rega ou da chuva, quatro colheres de sopa da borra são suficientes. Espalhe a borra no prato ou coloque no interior da bromélia ,com a colher; quando a água escorrer, vai diluir a borra. Aumente ou diminua a quantidade em função da variação da água acumulada. A borra do café, como tem sido divulgado, impede que o Aedes atinja a fase adulta. O mosquito, no seu desenvolvimento, passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. A borra é ingerida pela larva que se a intoxica, morrendo nessa fase. Se o mosquito não atingir a fase adulta, que é a fase em que ele pica as pessoas transmitindo os vírus, não haverá doenças. Assim, a borra do café funciona como uma forma alternativa para o inseticida abate, granulado organofosforado, usado no controle das larvas, que é tóxico para o homem, os animais domésticos e o ambiente. Por causa dessa toxicidade e porque os inseticidas induzem os insetos à resistência, de modo que o inseticida perde a capacidade de matá-los, no mundo inteiro, hoje se buscam formas alternativas de controle que substituam os inseticidas. Por isso, o uso da borra do café é um achado importante.

 

Fonte: http://www.uol.com.br/cienciahoje/chdia/n471.htm

http://www.santaclara.com.br/noticias/noticia.asp?cod_noticia=7

http://homepage.barao.iac.br/intranet/novidades/comunicados/combate_ao_aedes_aegypti_com_bor.htm http://www.lincx.com.br/lincx/orientacao/esp_medica/doencas_tropicais.html

acesso em fevereiro 2002

http://www.infoguerra.com.br/index.php3?secao=boatos

http://www.ibilce.unesp.br/borracafe/

acesso em fevereiro de 2003