A proposta para a bicicleta solar, é que seja mais um dos veículos de divulgação do grupo, ajudando a demonstrar a simplicidade atual para montagem e ou obtenção de tais sistemas. Sua construção não buscou resultados apurados de desempenho e autonomia, sendo a maior preocupação o compromisso da utilização de componentes disponíveis comercialmente e a simplicidade construtiva. Considerando a proposta, os resultados de desempenho são bastante aceitáveis, com a bicicleta alcançando a velocidade máxima de 20 Km/h e autonomia por volta dos 20 Km, isto sendo obtido com um condutor de quase 100 Kg e utilização exclusiva da tração elétrica, se o ciclista ajudar na movimentação, pedalando, a autonomia e velocidade se elevam consideravelmente. Graças aos dois motores, de 350 Watts cada, utilizados pelo Kit de motorização, o uso dos pedais só é requerido apenas em subidas médias e fortes, ou quando a carga das baterias estiver se exaurindo.
A praticidade e maneira de uso são comparáveis a uma bicicleta comum com carga no bagageiro, e caso o ciclista não queira ou não possa por algum motivo utilizar-se da tração elétrica o esforço empreendido para pedalar não será muito superior ao encontrado em um bicicleta original. O tempo de recarga de baterias varia com a disponibilidade de sol. Com o sol forte de Maceió, estando as baterias totalmente descarregadas, a carga total tem sido reestabelecida em um dia e meio de sol, sendo que para um deslocamento de oito quilômetros, quatro horas tem sido o suficiente para completar o nível da mesma. Além da alimentação do sistema de tração, a energia armazenada nas baterias pode ser utilizada para outros fins, como por exemplo num camping para iluminação e acionamento de eletrodomésticos.
A ideia do projeto já existia há mais de um ano, e já se vinha trabalhando na sua elaboração, desde o início. O modelo de bicicleta, escolhido para montagem e transformação, foi adquirida do fabricante em São Paulo – identificado após muitas buscas, graças ao auxílio do Centro de Atendimento ao Cliente da Caloi – em junho de 1999.
Com o auxílio do Centro de Apoio a Pequenos Projetos da Bosch; motor e sistema de tração também já haviam sido determinados e estavam em fase de aquisição. Enquanto procurava-se fornecedor para o sistema eletrônico de controle do motor, veio uma boa notícia: O Christian – colaborador do grupo – soube do lançamento no Rio Grande do Sul de um kit de motorização elétrica para bicicleta. Após rápidas tomadas de informações, ficamos sabendo de suas principais características , que inclui motores, sistema de tração por fricção, baterias, sistema de controle e aceleração do motor, além de carregador de baterias com alimentação AC. Em abril deste ano, foi adquirida uma das primeiras unidades do referido kit e os resultados apresentados foram bastante satisfatórios, tendo sua adoção eliminada várias fases do projeto. Com esta situação, restava apenas a implantação do sistema fotovoltaico, que foi comprado na Salsol Engenharia, empresa do Dr. Carlos Salviano – colaborador do grupo, na qualidade de consultor de energia solar – com um bom desconto. As adaptações e montagens não demoraram muito e no dia 23 de maio a bicicleta solar já tinha sua primeira apresentação.
Graças a convite e custeamento feito pela Fundação Teotonio Vilela, a bicicleta já pode ter sua primeira apresentação, ocorrida no V Mercovale – Feira de oportunidades de negócios realizada na cidade de Penedo/Alagoas. A bicicleta esteve exposta no “standart” da Fundação e juntamente com um sistema fotovoltaico de bombeamento d’água, apresentado pela Teotonio Vilela, atraiu bastante atenção do público, sendo alvo de várias indagações.
O projeto deve receber pequenos melhoramentos, principalmente no que diz respeito a parte estrutural. Mas, as características básicas não devem ser alteradas, pois os resultados até aqui alcançados, atendem bem os propósitos. Entretanto, a possibilidade de se construir um novo modelo, com a orientação do projeto mais voltada para obtenção de melhores resultados de desempenho e autonomia, já é discutida em detalhes. Até lá o grupo espera poder realizar várias palestras, com a bicicleta servindo de atração e cumprindo sua função didática e de veículo de divulgação das energias renováveis.
Fonte:
http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao08.htm
acesso em dezembro de 2007
Agradeço a Romulo Rostand (romulo@jfrn.gov.br) pelo envio de informações em julho de 2004 para composição desta pagina