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“Cabeçote do Motor Zetec Rocam”

Em alguns casos localizados, um processo produtivo mais moderno, que torne uma fábrica economicamente viável, pode servir para garantir vagas abertas. Que o diga Jac Nasser, o presidente mundial da Ford Motor Company. Quando o chefão da multinacional entregou a uma equipe de pesquisadores e engenheiros comandada por brasileiros o prêmio Henry Ford de Tecnologia, na sede da empresa em Deaborn, próximo a Detroit, estava reconhecendo um salto tecnológico que manteve o emprego de 60 metalúrgicos na fundição da montadora, localizada em Taubaté. Pode ainda render um bom lucro para a Ford do Brasil e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), parceiros no invento premiado, caso o patenteamento mundial do processo, em análise nos órgãos responsáveis do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa, seja aprovado e passe a gerar dividendos.


O pulo-do-gato, no caso, mostrou que a fundição instalada no interior paulista poderia produzir o cabeçote de alumínio que vai na parte superior do motor a um preço competitivo internacionalmente. Sem esse projeto, a fundição de alumínio, parada desde 1997, não teria sido reativada, graças aos investimentos da Ford de US$4,5 milhões para reativação da fábrica de Taubaté. E os 60 funcionários deslocados para trabalhar na produção do cabeçote muito provavelmente perderiam o emprego. A grande sacada do time brasileiro foi ter chegado a um processo para fabricar o cabeçote do motor sem passar pelo tratamento térmico, ou seja, quando se aquece e se esfria o alumínio usado na peça. Com isso, o material ganha resistência. A nova liga desenvolvida combinou outros metais e conseguiu torná-la igualmente resistente sem a necessidade de passar pelo esquenta-esfria. Fazendo as contas: uma economia de R$ 15 por peça produzida.

A decisão da Ford de procurar o IPT para tornar mais eficiente à produção do cabeçote de alumínio e tornar o negócio viável partiu da direção da Ford em Taubaté. Como explica o engenheiro Ricardo Fuoco, do IPT, coordenador do projeto, custaria caro para uma fábrica manter uma estrutura apropriada e profissionais com dedicação exclusiva para desenvolver as pesquisas. O reconhecimento de que o esforço deu certo veio justamente das mãos de Nasser, que, além de um troféu, entregou um cheque de US$ 5 mil a cada um dos membros da equipe. É a segunda vez que a filial brasileira leva o prêmio. A primeira foi no início dos anos 80, pelo desenvolvimento do motor a álcool para os veículos da marca. Além de Fuoco, os engenheiros da Ford Antônio Carmezini, Eduardo Fonseca, Fernando Pinto e Shivantha Mahadeva (representante da Ford americana) também foram premiados

 

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/1640/economia/1640_parceria_resultado.htm

http://www.uol.com.br/bestcars/testes/fiesta-2.htm

http://maxion-motores.com.br/news/pdf/jornal06.pdf

http://www.uol.com.br/bestcars/testes/fiesta-2.htm

Acesso em março de 2002

Cronologia do Desenvolvimento Científico e Tecnológico Brasileiro, 1950-200, MDIC, Brasília, 2002, páginas 363