O carioca Henrique Malvar, 45 anos, é engenheiro elétrico com pós-graduação no MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Até 1993, dava aulas na Universidade de Brasília. Foi quando recebeu um convite para trabalhar nos Estados Unidos, na PictureTel, uma empresa fundada por ex-colegas do MIT. Lá, Malvar desenvolveu uma câmera para transmissão de videoconferências que focalizava automaticamente o ponto de onde vinha a voz. O invento rendeu milhões para a companhia e prestígio para o seu autor, que em quatro anos já era vice-presidente da PictureTel. Graças a seu currículo, Malvar foi contratado pela Microsoft. Hoje, ele mora em Seattle e chefia uma equipe que desenvolve novas tecnologias para a empresa de Bill Gates. O carioca Henrique Malvar é hoje um dos principais nomes na Microsoft Research, braço da Microsoft dedicado à pesquisa básica e aplicada. Formado pela Universidade de Brasília e com mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Malvar sempre participou ativamente das comunidades acadêmicas. Em 1993, trocou a Universidade de Brasília – onde trabalhou desde 1979 – pela vice-presidência de pesquisa e desenvolvimento avançado da PictureTel Corp. Ingressou na Microsoft em 1997, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa em Processamento de Sinais da Microsoft Research. Em março de 2007, assumiu a responsabilidade de gerenciar todos os grupos de pesquisa em Redmond (onde fica a sede da Microsoft, no Estado de Washington, Estados Unidos).
A ideia que mudou a sua vida foi criar, há alguns anos, uma câmera para transmissão de videoconferências em que a objetiva se dirigia automaticamente ao lugar de onde vinha a fala. Reluzindo em seu currículo, a proeza ajudou a despertar o interesse da empresa de Bill Gates. O carioca Henrique Malvar conseguiu seu emprego atual com um e-mail. Foi assim: no domingo, ele escreveu ao chefe de pesquisas da Microsoft sugerindo uma nova linha de investigação sobre processamento de sinais, essencial à transmissão de sons e imagens pela internet. Na segunda-feira foi convidado a assumir a direção de um novo grupo de pesquisa sobre o tema que propusera. Desde então lá se vão dez anos. Hoje, ele ocupa o posto que era de seu interlocutor em 1997. É o diretor-geral da Microsoft Research, braço de pesquisa encarregado de desenvolver as tecnologias que levarão a empresa de Bill Gates ao futuro. O MSR é considerado o laboratório de pesquisas mais influente do mundo na área de ciência e tecnologia da computação. Sob a autoridade suave desse engenheiro de 49 anos, reúnem se na cidade de Redmond, próximo a Seattle, 340 pesquisadores divididos em 26 grupos de trabalho. É metade da força de investigação mundial da companhia. Malvar, ou Rico, como os americanos o chamam, não é o brasileiro mais graduado da Microsoft. Esse título pertence a Emílio Umeoka, vice-presidente que comanda a operação asiática da companhia. Mas é possível argumentar que Malvar tem uma posição mais estratégica. Cabe a ele e sua equipe produzirem as inovações capazes de assegurar a liderança da Microsoft no futuro. Logo, ele é um homem-chave em uma empresa-chave do capitalismo global. Antes de chegar a essa posição, Malvar fez uma longa lista de contribuições à companhia, materializada na forma de 68 patentes registradas pela empresa. Nos dias que correm, sua principal tarefa é estimular a criação de novos sistemas de busca e organização de informação na internet. Aí parece residir o futuro e o Google, aparentemente, apoderou-se dele. A Microsoft tem visto sua participação na internet encolher e cabe a Malvar iniciar a reação. Como a entrevista a seguir deixa claro, não se trata de coisa simples. A maior empresa de software do mundo, a Microsoft olha o futuro na internet mas tem os pés (e o faturamento) fincados no passado pré rede.
Fonte: http://download.microsoft.com/download/2/1/9/2190C474-E575-427F-A776-3B216E61C63B/Entrevista.zip
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDG77214-8380-3,00.html
http://www.skywalker.com.br/artigos/corpo.php?id=82
acesso em agosto de 2007 t