A Casa Popular de Plástico, como o próprio nome já diz, é uma casa feita visando à população de baixa renda, utilizando placas plásticas de Polietileno preenchidas com espuma de poliuretano e estrutura em perfis metálicos ou plásticos entre as placas. A casa em questão é concebida em um padrão popular e dispõe de 2 quartos, 1 banheiro e uma sala/cozinha. A área privativa é de cerca de 45 m². A Casa Plástica é feita a partir de uma estrutura metálica utilizando um aço de alta qualidade e resistência, suportando assim elevados índices de corrosão. A vedação é feita utilizando uma fôrma plástica preenchida com espuma de poliuretano e feito o acabamento interno em gesso, tornando-a extremamente leve, porém sem perder a sua principais características que são o conforto e a durabilidade. É Importante salientar que devido à espessura da vedação houve um ganho de aproximadamente 13% em área em relação as casas que utilizavam estrutura convencional. A caixa d’água terá um formato apropriado para inserir-se na estrutura, ficando ‘encaixada’ entre o telhado e a estrutura do banheiro. Os demais materiais como portas, janelas, louças serão todos de padrão popular, ficando a critério do cliente as melhorias e implementações dos mesmos.
Uma versão inicial da casa havia sido desenvolvida para fins comerciais. Para exposição ao público, foi concebida uma segunda versão. Conforme consta nas figuras abaixo a casa foi estruturada com uma placa nas dimensões de 61 x 49,2 cm. Entre cada placa havia um perfil enrijecido de 2” Essa segunda versão da casa foi mostrado em novembro/2006 na Feira do Empreendedor em Fortaleza-CE, sendo um grande sucesso de aceitação do público. Na terceira versão várias modificações foram feitas. Uma nova placa foi desenvolvida, obtendo-se redução na mão-de-obra devido a maior praticidade e redução na quantidade de perfis metálicos, barateando mais ainda o custo final. Vale ressaltar que esses perfis metálicos serão substituídos por perfis de PVC de alta rigidez utilizando um tipo especial de plástico reciclado com aditivos que proporcionarão maior resistência ao plástico, mantendo o mesmo custo e melhorando a produtividade.
As placas plásticas são produzidas em Polietileno de Alta Densidade (PEAD) 100% reciclado, resultando em peças de grande rigidez e baixa deformabilidade. Uma face da placa é de aparência lisa e o outro lado é nervurado. O lado nervurado das placas de plástico será preenchido com espuma de poliuretano, visando obtenção de uma peça leve visando promover uma proteção térmica e acústica. Após a montagem das placas, é feito o acabamento interno em gesso. Dessa forma poderá haver a aplicação de textura, pintura convencional (tinta látex) e até a colocação de revestimento cerâmico. A fixação das placas ocorre através de perfis de PVC no sentido vertical, que causam uma grande rigidez, e no sentido horizontal perfis “H” para fixarem as placas. Nessa fixação, devido à posição dos perfis, a casa torna-se totalmente impermeável, não havendo a possibilidade de infiltrações. Note que todos os perfis são galvanizados garantindo assim a proteção contra corrosão.
Nos aspectos térmicos, a Casa Plástica se comporta tão bem quanto uma casa convencional de alvenaria e concreto. O poliuretano, que está inserido na placa, tem uma grande função de isolamento térmico da estrutura. As telhas que compõe a coberta são feitas a partir de fibra vegetal (telha ecológica) o que garante uma alta qualidade e ao contrario do amianto não transmite temperatura para o ambiente interno. Além disso, o cliente tem a possibilidade de optar por uma coberta convencional, constituída por telhas cerâmicas ou mesmo um telhado de madeira proveniente de reflorestamento. A ventilação é garantida através das localizações das janelas (que ficam ao critério do cliente) e do posicionamento da casa no terreno. As instalações elétricas podem ser externas ou embutidas no revestimento de gesso, ficando a critério do cliente sua escolha. Evidente que no uso residencial as instalações seriam esteticamente melhor se embutidas. Mas no caso de um da casa para fins comerciais, como um canteiro de obra, por exemplo, a instalações externas são mais práticas devido as possibilidades de futuras mudanças.
Os acabamentos da casa podem ser feitos utilizando textura acrílica. A textura além de ser um bom acabamento, é extremamente prático de se aplicar e tem um custo bem inferior a qualquer outro sistema de acabamento. Como se trata de uma casa pré-fabricada o tempo de sua execução é bem inferior aos sistemas tradicionais. montagem da casa no terreno do proprietário levará exatamente 1 dia, estando o terreno preparado segundo as imposições do fabricante. Ver que essa montagem será completa, ou seja, estrutura, instalações e acabamentos. Apenas a aplicação do gesso seria feita no dia seguinte. Por se tratar de uma casa que ainda esta em concepção, portanto passando por um processo de análise de materiais, ainda não temos o preço estimado da casa plástica, porém será um valor inferior ao das casas convencionais existentes no mercado.
Numa estimativa conservadora, o Brasil produz mais de 38 milhões de toneladas de lixo por ano. A saída para amenizar o dano ambiental que tamanha quantidade de descarte causa à natureza pode estar na construção civil. Pelo menos essa é a ideia de um engenheiro cearense que projetou a primeira casa feita 100% de plástico reciclável, que tem como matéria prima básica as garrafas pet que jogamos fora. Erguer uma casa de plástico é um processo rápido, simples, que usa uma técnica de encaixe que se assemelha a jogos que treinam habilidades infantis. Uma casa de padrão popular (dois quartos, banheiro, sala-cozinha) fica de pé em três dias e custa cerca de 30% menos do que as convencionais. O melhor aspecto, no entanto, é o ganho ambiental. Para cada unidade habitacional de 48 metros quadrados, cerca de 1,2 toneladas de plástico, que leva entre 100 e 400 anos para se decompor, é retirada da natureza.
O inventor é o cearense Joaquim Caracas, de 54 anos, formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC). A ideia surgiu num estalo há três anos durante uma de suas caminhadas matinais pela praia, quando viajava por Aracaju. De volta ao escritório da sua empresa em Fortaleza, a Impacto Propensão, especializada em estrutura para a construção civil, começou a formatar o invento. Depois que fez um comodo, chamou a equipe para comunicar sobre seu novo projeto. Foi chamado de louco. Hoje, já conta 150 unidades espalhadas pelo Ceará e até em outros estados nordestinos, principalmente em canteiros de obras. Mas soma também 21 salas de aulas e laboratórios de informática concentradas em escolas públicas de Maracanaú, municipio da região metropolitana de Fortaleza. Nessa mesma cidade, também é de plástico a sede da guarda municipal. Embora aposte na ideia de casas populares, o plástico reaproveitado do lixo também pode virar luxo. No sítio em Guaramiranga, região rica, Joaquim Caracas tornou-se usuário do próprio invento.
Reaproveitando uma unidade exposta durante um evento de arquitetura em Fortaleza, a Casa Cor 2008, ergueu uma casa de 130 metros quadrados que ainda pretende ampliar. Cercada pelo verde da serra, vista de fora parece uma casa de luxo. Por dentro, ele investiu no acabamento em mármore e revestiu as paredes do banheiro com cerâmica. No restante da sala, as paredes de plástico foram recobertas por gesso. Já na versão econômica, as casas podem ser montadas com plástico de uma só cor, multicolorido, ou receber uma demão de tinta. O que garante a resistencia são estruturas metálicas colocadas no interior dos perfis. Para o acabamento do telhado há pelo menos três opções que vão das “telhas” de plástico ou cerâmica, à madeira reflorestada. Joaquim Caracas assegura que a casa resiste bem ao sol e à chuva, não racha nem apresenta problemas de infiltração. Como não exige mão de obra qualificada, ele acredita que essa seja a forma mais barata e viável de zerar o déficit habitacional do país.
– O apagão da construção civil chama-se mão de obra qualificada. É uma casa decente, que custa entre 30% e 40% a menos do que a convencional e tem a facilidade de ser construída em qualquer lugar do Brasil – disse. Segundo Joaquim Caracas, o preço de custo de uma casa popular de 48 metros quadrados fica em torno de R$16 mil, muito abaixo dos R$45 mil, valor de uma unidade habitacional subsidiada pelo governo federal no programa Minha Casa, Minha Vida. As 150 unidades construídas pela Impacto Propensão estão alugadas. A empresa já deu entrada no pedido de patente da casa de plástico e agora partiu para tentar obter o certificado da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O documento é exigido para que um imóvel seja financiado pelo governo, através da Caixa Econômica Federal, por exemplo. Os testes de avaliação e desempenho, iniciados há quase um ano, estão sendo feitos pelo Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará. Conforto térmico e resistência são alguns dos itens avaliados.
Para adequar-se às normas, o projeto já sofreu ajustes. Segundo o engenheiro Alexandre Araujo Bertini, um dos integrantes da equipe, o relatório final ainda vai demorar cerca de oito meses para ficar pronto. – O atendimento às normas será conseguido – afirmou o engenheiro, que é professor-doutor do departamento de Engenharia Estructural e Construção Civil da UFC.
Joaquim Antonio Caracas Nogueira possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará (1981) e ensino-medio-segundo-grau pelo Colégio Castelo Branco (1977) . Atualmente é socio do PROTENSÃO IMPACTO LTDA. Tem experiência na área de Engenharia Civil , com ênfase em Construção Civil.
Fonte:
http://www.focando.com.br/?p=4044
http://www.cipa.com.br/notM452.shtml
http://www.urbansystems.com.br/urbanview/urbannamidia/index.php?&action=showClip&clip12_cod=17792
Jornal O Globo, Isabela Martin, seção Razão Social, p.19, 04/05/2010
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4487321P6
http://www.impactoprotensao.com.br/
http://www.sinduscon-ce.org.br/diretoria.asp
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=686175
acesso em maio de 2010
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