Mecânica

“Civogás”

Dos diversos combustíveis produzidos e conservados pela natureza sob a forma fossilizada, acredita-se seja o carvão mineral, o mais abundante. Dos diversos combustíveis produzidos e conservados pela natureza sob a forma fossilizada, acredita-se seja o carvão mineral, o mais abundante. O carvão é a parte celulósica da vegetação, transformada pelo tempo, pressão, bactérias e outros agentes anaeróbicos, em uma massa carbonosa. O futuro do carvão nacional, vai depender da gaseificação, considerando o teor de cinzas ( 26 % ) e o de rejeito ( 67 % ) do carvão retirado da mina, que alem de não ser aproveitado, é poluente. A gaseificação baseia-se em princípios bem conhecidos, consistindo numa seqüência de transformações termo-químicas de qualquer matéria prima combustível, que tenha características adequadas. As reações básicas são: Secagem, pirólise, oxidação e redução. 

Os gaseificadores podem ser enquadrados em quatro tipos: 1 – Leito Fixo; 2 – Leito Fluidizado; 3 – Leito Arrastado e 4 – Sais Fundido. A gaseificação em leito fluidizado requer uma alimentação de ar pressurizado por baixo da tela, da câmara de combustão vertical, que suporta o leito de areia, outros tipos de leito, sendo que o carvão micro-pulverizado é alimentado por cima.

No Processo CIVOGÁS o combustível sólido é gaseificado em reator de Leito Fluidizado pela ação de agentes gaseificantes , em temperaturas de até 1000 ºC e em pressões próximas da atmosférica , produzindo Gás Pobre ou de Baixo Poder Calorífico. O calor sensível disponível no gás, a alta temperatura , efluente do gaseificador é empregado na geração de vapor d’água e para preaquecer a mistura de ar e vapor, que são os agentes gaseificantes usados no processo. O rendimento energético do Processo CIVOGÁS é da ordem de 70 ± 5 %, em Gás Combustível limpo e frio, cujo poder calorífico situa-se na faixa de 1200 a 1600 kcal/Nm³ , dependendo dos níveis de umidade , reatividade e demais características do combustível sólido processado. As vantagens principais são: 

Não agride o meio ambiente, os efluentes são de fácil tratamento e licores ou alcatrões não são produzidos.

Alta versatilidade no processamento de diferentes combustíveis.

Processa integralmente o combustível, não rejeita finos.

Carvão fóssil com características levemente aglomerantes (FSI<3) são processados sem problemas.

Processa combustíveis com elevado teor de cinzas e tolera variações.

Possibilita reduzir o teor de enxofre do gás combustível, pela adição de Agente Dessulfurante no próprio gaseificador.

O Processo CIVOGÁS conta atualmente com uma Unidade Piloto de Desenvolvimento com capacidade nominal de 1 Gcal/h ( 1,2 MWth ) equivalente em gás combustível de baixo poder calorífico. Nesta unidade comprovou-se a característica “multifuel” do processo, onde realizou-se mais de 12000 horas de testes de gaseificação de diferentes combustíveis, a saber : carvões gaúchos e catarinenses; cavacos de madeira; casca de arroz; casca de coco de babaçu; carvão vegetal e turfa. Esta Unidade encontra-se disponível para testes de outros combustíveis potenciais à gaseificação. Até o presente momento existe uma Unidade Industrial do Processo CIVOGÁS, com capacidade de 5 Gcal/h ( 5,8 MWth ), produzindo Gás de Turfa – empregado na produção de revestimentos cerâmicos em industria de Santa Catarina.

Entre as aplicações do processo encontramm-se a substituição de energéticos tradicionais e/ou de alto custo por Gás Combustível de Baixo Poder Calorífico, gerado na gaseificação de ampla gama de combustíveis sólidos (carvão, biomassas e até mesmo resíduos ) disponíveis local ou regionalmente e que seja técnica e economicamente viável. Atualmente os esforços institucionais se concentram no desenvolvimento de processos térmicos avançados, como a gaseificação integrada em ciclo combinado e a cogeração, onde o gás combustível aciona um motor de combustão interna (apropriado ao gás pobre) que está acoplado a um grupo-gerador, proporcionando a geração de energia elétrica em pequenas usinas, além de possibilitar suprimento de necessidades energéticas específicas, via produção de gás combustível adicional. Concomitantemente, calor e/ou frio são produzidos através de sistemas que promovem a recuperação do calor sensível dos gases do gaseificador e do motor, auferindo ao processo elevada eficiência energética, além dos benefícios econômicos e ambientais dele decorrentes.

Fonte: 
http://www.cientec.rs.gov.br/areasdeatuacao/depro/gaseificacao/central.htm
http://elogica.br.inter.net/ladislau/mineral.htm 

acesso em março de 2002
envie seus comentários para otimistarj@gmail.com.