Reginaldo Marinho desenvolveu um método de construção chamado Construcel. São módulos fabricados de resina, em forma de prismas triangulares, com o fundo formando um triângulo equilátero, duas faces ortogonais e uma terceira inclinada em relação à base. O invento foi ganhador da medalha de ouro no salão Internacional de invenções da Europa em abril de 2000.
Nascido na pequena Sapé (“pátria do abacaxi bom”) logo aos 18 anos, cursando Engenharia na Universidade Federal da Paraíba, era também professor adjunto da disciplina de Geometria Descritiva. Depois de dois anos, descobriu que não se encaixava no perfil de engenheiro e foi para Brasília estudar arquitetura: “Achava que poderia conciliar o que aprendi na engenharia com o espírito criativo que a arquitetura desperta”, lembra Marinho. Mas o espírito inquieto de Marinho não suportou ficar mais de dois anos num mesmo curso e ele canalizou toda sua experiência acadêmica para a criação. Os módulos Construcel unem três fundamentos da engenharia: a treliça, o arco de compressão e o método dos elementos finitos, alcançando assim mais resultados e segurança. Segundo ele, nenhuma outra tecnologia consegue reunir esses três fundamentos usando os materiais atualmente empregados, como madeira, ferro e concreto. “Juntando-se o arco de compressão à treliça, temos como consequência uma figura muito sólida, portanto muito moderna, apesar de inspirada em um conhecimento muito antigo. Chamamos de treliça um elemento estruturado com uma forma triangular” diz Marinho. Essa forma faz com que a distribuição de carga se faça por todas as partes do triângulo.
Com os módulos podem-se construir grandes vãos cilíndricos, sem usar nenhuma estrutura metálica ou de concreto. As estruturas foram desenhadas para resistir a ventos superiores a 112km/h, para módulos com 2mm de espessura e as resinas podem ser protegidas contra os raios ultravioletas e o fogo. A construção forma um colchão de ar, funcionando como um isolante térmico e a iluminação do ambiente pode ser feita aproveitando-se a forma da estrutura.
Reginaldo declara: “Sou o único brasileiro e paraibano, em particular, premiado com duas das cinco medalhas de ouro em salões internacionais de tecnologia a despeito da vontade governamental, nas três instâncias de poder, que nada faz para mudar esse cenário…O desprezo por tecnologia evidenciado pelo comportamento governamental apenas reproduziu o que já ocorrera no final do século XIX quando outro inventor paraibano, o padre Azevedo, teve o protótipo da máquina de escrever recusado para a Exposição Universal de Londres e em seu lugar o Brasil adotou as fórmulas colonialistas, exibindo artesanato e amostras de produtos minerais. O governo brasileiro já havia recusado o uso de minha invenção para representar o país na Exposição Universal de Hannover no ano 2000, onde apresentou um estande pífio para um evento daquela magnitude, cujo destaque foi para a exibição de 5.000 bonecas de pano, 500 almofadas de algodão cru, coluna que exalavam aroma de café, corpos seminus de mulatas e outras cretinices a um custo de US$ 10 milhões, cujos responsáveis já foram condenados pelo Ministério Público a repor os recursos desviados. Essa prática é portanto muito antiga, no lugar de tecnologia, o governo sempre apresenta artesanato; no Ano do Brasil o destaque foi para a belíssima arte plumária dos índios brasileiros”.
Fonte:
Revista CONFEA ano 4, n.30 agosto de 1999
Jornal do Brasil, 07.05.2000 página 20 (Internacional)
Agradeço a revisão feita pelo inventor Reginaldo Marinho (inventor@infinito.it, reginaldomarinho@gmail.com) e pela cortesia de ceder às fotos em fevereiro de 2002
http://users.hotlink.com.br/fico/refl0085.htm
Acesso em agosto de 2002
http://www.booktech.com.br/landell/feb_bra10p.htm
Acesso em outubro de 2005
http://construcell.com/noticias/release
Acesso em maio de 2011