Petróleo

Controle de Produção de Fibra Ótica

O Cenpes inaugura no semestre de 2002 um sistema inédito de acompanhamento da produção de petróleo e gás natural através da instalação de fibra ótica. O investimento de 10 US$ 10 milhões será colocado em experimentação, em uma primeira fase, em poços dos campos de Marlim Sul e Roncador, ambos da Bacia de Campos. A ideia é aproveitar a mesma tecnologia em outras áreas de produção offshore no restante do país, depois que o seu uso tiver sido totalmente aprovado nos dois campos: “A utilização da fibra ótica para acompanhar a produção petrolífera é uma novidade nesta indústria, no mundo todo”, comemora o gerente de Tecnologia de Poço do Cenpes, Luiz Felipe Rego.

 

O projeto faz parte do conjunto de inovações que estão sendo desenvolvidas pela estatal em parceria com universidades para que atinja algumas das metas estabelecidas para os próximos três anos, como a produção em águas cada vez mais profundas, em lâminas d’água superiores a dois mil metros. O monitoramento via fibra ótica é resultado de um trabalho com a PUC/RJ de um ano, mantido em sigilo e já patenteado. A preocupação da Petrobrás em desenvolver tecnologias como esta e mantê-las distante do conhecimento da concorrência, se justifica no benefício imediato que trará a companhia: um retorno de US$ 100 para cada dólar investido a partir do quinto ano de instalação. Ou seja, um ganho de US$ 1 bilhão frente ao custo de US$ 10 milhões.

O equipamento será testado em um poço-piloto no Rio Grande do Norte, parte final de uma série de simulações realizadas antes que seja instalado na Bacia de Campos. A Petrobrás pretende com o uso dessa tecnologia, controlar a produção de óleo e gás de cada um dos seus poços em tempo real pelos computadores de qualquer uma de suas unidades. Desta forma, um diretor instalado na sede da empresa, no Centro do Rio, terá acesso às informações sobre temperatura, pressão e vazão de um volume de óleo no mesmo instante que os técnicos da plataforma, onde o óleo está sendo produzido. Atualmente toda a informação relativa à produção da Petrobrás é repassada pelos operadores de plataformas aos seus gerentes e diretores em boletins diários feitos em papel.

 

Fonte: Jornal Gazeta Mercantil de 04.06.2002 página 01