Física

Eletreto de Cera da Carnaúba

Todo mundo sabe quem foi Albert Einstein, o gênio da física, mas ignora-se o que significa um prêmio que leva o nome Einstein. Ele foi dado ao engenheiro mecânico-eletricista Joaquim Costa Ribeiro (Rio de Janeiro, 1906-1960) pela Academia Brasileira de Ciências, pela sua descoberta sobre o “efeito termo dielétrico” descoberto em 1943, além de outros trabalhos. Esse efeito se refere ao estudo de uma série de materiais ligados a estados sólidos. Ele começou suas pesquisas com um material muito brasileiro, a cera de carnaúba. Em 1940, seus primeiros trabalhos sobre a radioatividade de minerais brasileiros, decorrentes de pesquisas realizadas nos laboratórios de Física da Faculdade Nacional de Filosofia, são publicados nos Anais da Academia Brasileira de Ciências. Sobre esses problemas foram depois editados vários trabalhos e comunicações científicas. No domínio da Física Experimental, tiveram início, em 1943, pesquisas sobre dielétricos sob a responsabilidade do prof. Costa Ribeiro e colaboradores, constituindo-se esse grupo em verdadeiro precursor das pesquisas sobre estado sólido no País. Costa Ribeiro, aluno do externato Santo Inácio e formado pela antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, teve uma carreira brilhante dentro e fora do Brasil. Foi professor catedrático de física geral e experimental da Faculdade Nacional de Filosofia e nos anos 40 deu aulas na Sorbonne, em Paris, e no Instituto de Física da Universidade de Estrasburgo. Pelo conjunto de sua obra, recebeu o prêmio Álvaro Osório de Almeida, do Conselho Nacional de Pesquisas.

 

Retirado o bolo dielétrico do recipiente de vidro, Gray nos relata o seguinte: Quando novamente resfriados, após o procedimento descrito, os dielétricos tornam-se mais eletrizados. Quando o enxofre é derretido no recipiente de vidro, ambos, enxofre e recipiente, tornam-se eletrizados. Gray concluiu também que, se os corpos assim eletrizados fossem mantidos embrulhados em papel ou pano, a eletrização de seus bolos dielétricos podia ser preservada durante meses. Sem dúvida, existe um ponto misterioso nos experimentos relatados por Gray. Hoje sabemos que, colocando-se dois corpos distintos em contato íntimo, como por exemplo, um elemento derretido e o molde, e a seguir os separamos, isso determinará o aparecimento de superfícies eletrizadas, nos dois corpos. O fenômeno é basicamente o mesmo que ocorre quando dois corpos distintos são eletrizados (carregados) por atrito. Não é o atrito que eletriza os corpos, atritar é apenas um modo cômodo de coloca-los em contato íntimo. Mas, Gray, declarou que refundiu a superfície de contato (na fase do ligeiro aquecimento) de seus dielétricos antes de retira-los do molde. É esse o ponto fraco do relato! Não deveriam surgir cargas na superfície do dielétrico endurecido, pois as cargas deveriam estar na tênue camada derretida que ficou no molde.

Para fazer um eletreto é necessário produzir: acúmulos de cargas duradouras no material dielétrico; polarização duradoura do material dielétrico; ou ambos. Os eletretos são classificados de acordo com o tratamento dado ao material durante sua formação. Aqueles produzidos mediante aquecimento ou derretimento do material, antes de sua formação, são denominados termo eletretos. Os produzidos por materiais expostos a radiações são denominados radio-eletretos. Eletretos formados enquanto o material está exposto a um campo magnético são chamados de magneto-eletretos. Os eletretos feitos com determinados materiais expostos a um campo elétrico sob forte iluminação (como se procede com o enxofre), são chamados de foto-eletretos. Esses, só mantém sua eletrização quando armazenados no escuro. Se o material é eletrizado com cargas provenientes de uma descarga Corona (faísca ou eflúvio), o eletreto resultante denomina-se Corona-eletreto e, se o material é simplesmente exposto a um campo elétrico em sua formação será denominado eletro-eletreto. Existem muitos materiais que podem ser utilizados na produção de eletretos. Cera de carnaúba é especialmente apropriada para experiências de laboratório, mas ela perde a estabilidade mecânica (fica quebradiça), não sendo conveniente para aplicações industriais.

 

Fonte: http://www.fundeg.br/revista/moacyr.htm

http://cfch.ufrj.br/jor_p4/Educsup2/univbras.html

http://fisicanet.terra.com.br/historia/historia-cronologia.asp

http://www.fapesp.br/sup50028.htm

http://www.mast.br/homepage_did/Arquivos_institucionais/cnpq.htm

http://www.feiradeciencias.com.br/sala11/11_T02.asp

Acesso em janeiro de 2003