Medicina

Estimulação Ultra-sônica da Regeneração Óssea

O prof. Luiz Duarte, numa tese de livre docência de 1977 no Departamento de Engenharia de Materiais da Escola de Engenharia de São Carlos – USP apresentava a técnica de estimulação ultrassônica do calo ósseo. As primeiras aplicações clínicas da tecnologia no mundo foram realizadas no Brasil no Departamento de Cirurgia, Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. Aprovada em 1994 pelo FDA dos EUA para o tratamento de fraturas recentes do terço médio da tíbia e do terço distal do rádio. A estimulação ultrassônica da regeneração óssea (EURO) é uma tecnologia investigada há 25 anos. Estudos com animais e clínicos realizados no Brasil, EUA, Europa, e Japão comprovaram sua eficácia.

O osso é um tecido que necessita de deformação mecânica (caminhada, exercícios físicos, etc.) para que sua atividade biológica seja normal. O equilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea depende da existência de cargas mecânicas aplicadas em todo o esqueleto. Quando ocorre uma fratura as cargas mecânicas normalmente presentes nos sítios anatômicos não podem ser aplicadas no local da fratura. O ortopedista autoriza a aplicação de cargas mecânicas no membro fraturado após ter certeza que foi reestabelecida a resistência mecânica naquele local. O ultrassom é uma energia que ao se propagar no tecido produz deformação mecânica. A EURO aplica no foco da fratura uma energia mecânica de baixa intensidade e alta frequência. A intensidade é equivalente ao do ultrassom utilizado na monitoração da gravidez. A intensidade do estímulo mecânico é extremamente baixa e não dolorosa. A EURO portanto, aplica no foco da fratura o estímulo mecânico que o tecido ósseo necessita para realizar o seu metabolismo. 

Fonte: http://www.eesc.sc.usp/bioeng 
acesso em abril de 2003