Biotecnologia

Feijão BRS-Supremo

Técnicos da Embrapa Arroz e Feijão, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Santo Antônio de Goiás (GO), lançaram um novo cultivar de feijão preto, desenvolvido por meio de melhoramento genético a partir de uma espécie de feijão comum, a Phaseolus vulgaris. Nomeado de BRS Supremo, o novo cultivar apresenta algumas vantagens comerciais quando comparado com variedades tradicionais, como o potencial produtivo elevado, o porte ereto da planta e a resistência a doenças.

“O grande diferencial é o porte ereto. A planta praticamente não ramifica e, com os galhos mais curtos, os exemplares ficam mais compactos. Com isso, as vagens que guardam os grãos ficam mais altas e não tocam o chão, evitando a depreciação do produto final”, disse o coordenador da pesquisa, Luís Cláudio de Faria, do Programa de Melhoramento do Feijoeiro Comum da Embrapa Arroz e Feijão, à Agência FAPESP. Outra vantagem é percebida na hora da colheita. Por causa da posição das vagens, os grãos podem ser colhidos de maneira mecanizada. A posição ereta da planta também favorece a circulação do vento pela plantação, o que diminui a temperatura e deixa o ambiente menos propício ao surgimento de doenças.

O BRS Supremo tem material genético totalmente distinto dos demais cultivares comercializados atualmente. “Ele não tem absolutamente nada de transgenia e foi desenvolvido com base em técnicas de melhoramento genético convencional. O resultado é um cultivar mais resistente a doenças como antracnose e ferrugem, além de apresentar nível de tolerância intermediário à mancha angular, que afeta muitas lavouras de todo o país”, explicou Faria.

As vantagens do BRS Supremo foram comprovadas em ensaios de campo realizados pela Emprapa. Na comparação com outras variedades, como a IPR 88 Uirapuru, a BRS Valente e a Diamante Negro, o cultivar apresentou, em média, índice de produtividade 2% superior. “Em alguns testes, o BRS Supremo chegou a produzir 10% a mais do que as demais. A variedade não apresentou diferenças no sabor, textura e tempo de cozimento do grão”, disse Faria. Segundo o pesquisador, sementes do novo cultivar já estão disponíveis para os agricultores. O produto final deve chegar aos supermercados a partir de 2007.

 

Fonte:

http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=5975

acesso em julho de 2007