A tecnologia chegou no fogão a lenha, por meio de pesquisas desenvolvidas pela Oficina Victorello, de Araras (interior de São Paulo), que investiu US$ 80 mil para obter um equipamento resistente, refratário e com distribuição controlada de calor. Tudo isso, porém, não afeta o sabor especial do alimento preparado num fogão a lenha. As pesquisas consumiram 30 meses e foram desenvolvidas em parceria com o Agrupamento de Energia Térmica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e o Laboratório de Materiais da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As inovações foram patenteadas pela Oficina Victorello. O projeto do moderno fogão à lenha é um antigo desejo do ex-executivo, ex-empresário e advogado José Carlos Victorello. As peças são produzidas artesanalmente por seis funcionários. A oficina tem capacidade para produzir até oito fogões por mês. O fogão é feito com materiais que garantem o isolamento do calor e um sistema de registro para controlar a temperatura. O forno, com paredes de 9 milímetros de espessura, e as chapas são feitos em ferro fundido.
Durante a primeira metade do século passado a cidade de Araras, no interior de São Paulo, tornou-se conhecida, entre outras coisas, pelos fogões a lenha que aqui se fabricavam. Duas famílias de imigrantes, os Rüegger, suiços-alemães, e os Malaman, italianos, dedicaram-se à construção de fogões a lenha para uso doméstico, equipados com serpentinas, para aquecimento de água, e fornos metálicos de alto rendimento, bastante avançados para a época. Inspirada em exemplares remanescentes, alguns ainda em funcionamento, a Oficina Victorello vem se dedicando, a partir dos recursos e materiais de agora, a recriar fogões que, sem prejuízo de suas características tradicionais e de sua rusticidade, apresentem desempenho satisfatório e conforto para os que deles se utilizam. Os trabalhos de projeto e construção, desenvolvidos ao longo dos dois últimos anos, resultaram num catálogo com oito produtos: três modelos de fogão a lenha, quatro churrasqueiras e um forno vertical. Os três modelos de fogão são equipados com fornos metálicos e, opcionalmente, com serpentinas para aquecimento de água.
Victorello conta que já vendeu 20 peças do novo fogão a lenha. Os consumidores variam de banqueiros a bancários, conta o empreendedor. Os fogões a lenha tecnológicos são pré-moldados e custam a partir de R$ 4,8 mil. A empresa (www.fogaoalenha.com.br) tem oito modelos disponíveis e já trabalha no desenvolvimento de mais seis modelos. Fã de culinária, o empresário Roberto Kowarick instalou um fogão Victorello em uma fazenda da família, em Itaquaquecetuba, interior de São Paulo, há cinco meses. “Tive vários antes, mas nenhum como esse”, garante. Para ele, o fogão é o pretexto para reunir a família nos finais de semana.
Lin Chau Jen, Chefe do Agrupamento de Engenharia Térmica da Divisão de Mecânica e Eletricidade do IPT esclarece que “Atendendo a solicitação do senhor José Carlos Victorello, o IPT realizou apenas trabalho de medição de temperatura em alguns pontos internos de um fogão a lenha. Não houve qualquer participação do IPT no projeto propriamente dito. Serviços pontuais de ensaios e análises, como os que foram feitos neste caso, não configuram pesquisa tecnológica para desenvolvimento de produto.”
Fonte:
http://www.universiabrasil.net/html/noticia_fbabb.html
http://www.fogaoalenha.com.br/index.htm
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2003/ju226pg10a.html
http://www.ipt.br/institucional/ouvidoria/todoouvidos/
acesso em outubro de 2004
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