Jurubeba é uma pequena árvore da família das Solanceae que cresce a 3 metros em altura, podendo chegar a 5 metros, comum no norte de Brasil e outras partes tropicais de América do Sul. Existem dois tipos de Jurubeba: macho e fêmea. Os usos indígenas de Jurubeba são muito mal documentados, mas seu uso em medicamentos brasileiros foi descrito bastante bem. Jurubeba é listada como uma droga oficial na Pharmacopea brasileira como um produto específico para anemia e para desordens de fígado e digestivas. Em 1965, Dr. G.L. Cruz escreveu que “as raízes, folhas e frutas são usadas como um tônico e descongestionante. Estimula as funções digestivas e reduz a inchação do fígado e baço. É um remédio para hepatites crônicas, febre de intermites, tumores uterinos, e hidropisia”.
Solanum é o gênero mais representativo da família Solanaceae e consiste de cerca de 1.500 espécies perenes, arbustos, árvores, e trepadoras, sendo um dos mais numerosos do mundo. Apresenta muitas plantas úteis usadas na alimentação e também muitas plantas infestantes ou daninhas. A maioria das plantas do gênero Solanum contém alcalóides tóxicos. Em algumas espécies de Solanum, certas partes são comestíveis enquanto outras partes da mesma planta são muito venenosas, O melhor exemplo conhecido é a batata (Solanum tuberosum) que tem folhagem e frutos venenosos e tem tubérculos comestíveis (embora estes fiquem venenosos quando se tornam verdes pela exposição prolongada à luz). Muitas espécies de Solanum são conhecidas como “jurubeba”, tal como a Solanum paniculatum. Solanum paniculatum é uma planta nativa nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil, A origem do nome vem do adjetivo latino “paniculatum”, paniculado, pelo tipo de inflorescência. Os principais nomes populares são: Jurubeba, Jurubeba-verdadeira, Jupeba, Juribeba, Jurupeba, Gerobeba e Joá-manso. O nome vulgar deriva do tupi “yú”, espinho, e “peba”, chato.
Os componentes ativos da jurubeba foram documentados na década de 60 quando pesquisadores alemães descobriram novos esteróides, saponinas, glicosídeos e alcalóides nas raízes, caule e folhas. Os alcalóides foram encontrados em maior abundância nas raízes, enquanto que nas folhas encontram-se as maiores concentrações de glicosídeos. Esses compostos também tem algum efeito tóxico, de modo que não se recomenda a ingestão frequente de preparações de jurubeba. As propriedades farmacológicas documentadas desde a década de 40 incluem o uso para estômago, febres, diurético e tônico. Estudos em animais indicaram que extratos da planta em água ou álcool foram eficazes em reduzir a pressão sanguínea enquanto aumentando a respiração em gatos, evidenciando uma ação estimulante no coração.
A solanum fastigiatum conhecida como jurubeba do sul é uma planta nativa na Região Sul do Brasil, ocorrendo também nos países da Bacia do Prata. Comum no Rio Grande do Sul, especialmente na Depressão Central; presente também em outros estados sulinos. A origem do nome vem do adjetivo latino “fastigiatum”, “que termina em ponta”, motivado pelos ramos fasciculados da inflorescência, que apresentam frutos em suas pontas. Os nomes populares são: Jurubeba, Jurubeba-do-sul, Jurubeba-velame, Velame. Essa planta é bastante parecida com diversas outras, que também são conhecidas pelo nome vulgar de jurubeba e é usada na farmacopeia popular, com as mesmas indicações da verdadeira jurubeba, Solanum paniculatum. Como existem preparações comerciais a base de jurubeba, é comum que as firmas que as apresentam recebam material de plantas parecidas, inclusive de Solanum fastigiatum. A ingestão de partes da planta tem causado patologias em bovinos. A ocorrência maior tem sido em épocas de carência de forragem e os animais precisam ingerir a planta por um período prolongado. Estudos feitos na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (1985 e 1987) indicam que a sintomatologia é relacionada com disfunção cerebelar, com crises periódicas do tipo de epilepsia, que duram de alguns segundos a um minuto e são desencadeadas geralmente quando os animais são movimentados ou excitados. Há perda de equilíbrio e quedas, ficando os animais em decúbito dorsal ou lateral, com tremores musculares. Após as crises, os animais aparentam normalidade, mas alguns estendem o pescoço numa atitude de “olhar estrelas” e buscam maior apoio com extensão dos membros anteriores. Em geral não ocorre mortalidade diretamente relacionada com o problema, mas com as quedas podem haver fraturas. A patologia se torna crônica e a regressão clínica é rara.
A solanum asperolanatum conhecida como jupeba é uma planta arbórea perene, com até 3 a 4m de altura, reproduzida por semente, nativa na América Tropical, com ocorrência esparsa no Brasil, geralmente confundida com outras espécies. A origem do nome vem do latim “asperu”, áspero, e “lana”, lã. Recebe os seguintes nomes populares: Jurubeba, Jupeba. A planta é parecida com outras espécies de “Jurubebas”, pelo aspecto geral e pelos frutos. Distingue-se de Solanum paniculatum pelo posicionamento das inflorescências e pelas flores brancas. Plantas novas podem ser confundidas com Solanum variabile, pois em ambas as espécies ocorrem pelos ferrugíneos. É usada na farmacopeia popular, com as mesmas indicações da verdadeira jurubeba, Solanum paniculatum, e também nas preparações comerciais a base de jurubeba que são preparadas indistintamente com várias espécies de Solanum.
Fonte:
http://www.professorberti.hpg.ig.com.br/plantasmedicinais/plantrstuvxz.htm
http://www.rain-tree.com/jurubeba.htm
acesso em julho de 2002
Agradeço a José Alfredo (alfredoaf@uol.com.br) que teve a gentileza em maio de 2003 de enviar uma foto da árvore jurubeba