A professora Mônica Cristina de Oliveira, do Departamento de Produtos Farmacêuticos da Faculdade de Farmácia dedica-se à inovadora tecnologia dos lipossomas – nanoestruturas constituídas por lípedes, semelhantes às células humanas, que podem transportar fármacos preferencialmente para as regiões do organismo afetadas pela doença. Essas estruturas são produzidas em laboratório, com matéria-prima sintética, ou extraídas da soja e do ovo. Mônica Cristina conta que a associação com a indústria permitiu que a pesquisa tivesse acesso a cerca de R$ 800 mil. “Sem a ligação com a indústria, não poderíamos participar de editais da Fapemig e da Finep que exigem essa parceria”, afirma. A pesquisa comandada pela professora da Faculdade de Farmácia visa ao desenvolvimento de um lipossoma PH sensível de cisplatina, que será usado no tratamento de tumores cancerígenos.
A invenção permite que a cisplatina – o fármaco contido no interior do lipossoma– seja levada até a célula cancerígena, evitando, assim, a distribuição do medicamento por todo o organismo e, consequentemente, diminuindo o nível de toxicidade. Segundo a professora, a cisplatina possui características tóxicas que afetam, principalmente, os rins do paciente. Mônica Cristina trabalha nessa pesquisa há cerca de cinco anos e, este ano, associou-se ao Biocancer Clinical Research, por meio de contrato de transferência com a UFMG. A empresa, mineira, atua em todas as fases de desenvolvimento de novas drogas e possui um acordo com o Hospital das Clínicas, da UFMG, onde mantém um laboratório.
A pesquisa coordenada por Mônica Cristina, de que fazem parte outros pesquisadores da Faculdade de Farmácia e da Faculdade de Medicina, resultará num medicamento que não possui similares no Brasil – onde ainda não existem medicamentos com base na nano biotecnologia. Bem social Representante da UFMG na Rede Mineira de Pesquisa em Nano biotecnologia, criada por estímulo da Fundação de Amparo às Pesquisas de Minas Gerais (Fapemig), Mônica Cristina defende as parcerias com a indústria como o meio de interação entre a universidade e a sociedade. “O que fazemos vira um bem social, porque o medicamento visa à qualidade de vida do ser humano. Não vejo porque um produto que tem esse objetivo deva ficar preso no laboratório”, diz ela, lembrando que o período para que um medicamento seja comercializado é de dez a 12 anos.
Fonte:
http://www.ufmg.br/diversa/10/patentes.html
Acesso em agosto de 2007