“No século XXI, não dá mais para ficar grudado num fio passando roupa”, diz Célia Oliveira, aeromoça aposentada. Palavra de inventora e dona de casa que quer transformar o ferro de passar em peça de museu. “Nós fizemos uma pesquisa, e 97% das mulheres consideram a tarefa de passar roupa a segunda mais chata e cansativa de todas as tarefas”. Arrumar a casa é considerada a pior tarefa doméstica, mas o sonho dos irmãos Oliveira é mesmo o de aposentar o ferro de passar.
Célia conta que nos tempos de aeromoça, como método alternativo para passar roupas ela, em cada quarto de hotel, ligava a água quente do chuveiro. Porta fechada, roupas penduradas e, meia-hora depois, roupas muito bem passadas pelo vapor do ambiente. “Fui pensando em reproduzir este sistema que dá certo para um equipamento que pudesse ser transformado num eletrodoméstico”, conta a inventora. Para transformar a idéia no sonhado eletrodoméstico ela contou com a ajuda do irmão e seus conhecimentos técnicos. “Fizemos os primeiros protótipos em casa, com plástico e alumínio, usando um gerador de vapor para saunas residenciais”, conta Célia. “Funcionou tão bem que as amigas e vizinhas queriam passar roupa na minha casa”. O protótipo da Alisadora Automática de Roupas é do tamanho de uma geladeira, com capacidade para 12 peças de roupa. A máquina consiste em submeter as roupas a um fluxo contínuo de vapor saturado, de modo a obter o relaxamento e o alívio das tensões das fibras do tecido. A segunda etapa é a secagem por convecção forçada, com o objetivo de manter a microgeometria das fibras obtida no ciclo anterior. O tempo de alisamento é de 35 a 40 minutos. A empresária estima que a versão comercial do produto, quando chegar ao mercado, custará entre R$ 600 e R$ 1.200. A invenção dos irmãos Oliveira, chamada “Alisadora Automática de Roupas”, tem cara de geladeira, tamanho de geladeira, mas é uma máquina capaz de passar roupa com vapor. “O único trabalho é apertar o botão de ligar e desligar. Ela faz tudo sozinha: entra um ciclo de vapor, que tem um determinado tempo; depois, um ciclo de ar para secar esta umidade do vapor”, explica Lupércio.
Conhecida no meio cientifico como Alisadora Automática de Roupas, o equipamento foi desenvolvido pela Coll Projetos Engenharia e Tecnologia Ltda, empresa incubada no Cietec – Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, situado na Cidade Universitária (USP). A patente de invenção do equipamento já foi obtida pela aeromoça aposentada e arquiteta Célia Jaber de Oliveira e é válida por 20 anos. A máquina é um dos destaques da lista de 160 produtos em desenvolvimento nos laboratórios do Cietec. A incubadora tem como objetivo oferecer supor técnico e gerencial necessário para que idéias como a de Célia possam se transformar em fonte de lucro. Graças a este apoio a Coll Projetos começou a se estruturar como empresa. “As incubadas têm de trabalhar pelos próprios recursos, mas ganham acesso a toda infra-estrutura de pesquisa da USP, do IPT e do IPEN, além de assessoria de marketing e jurídica do Cietec”, explica Sergio Risola, gestor executivo do Cietec. O Cietec fica dentro do campus da Universidade de São Paulo. Só essa localização já é uma vantagem para as empresas que ali são aceitas, porque podem fazer testes de seus produtos sem investir em equipamentos – há cerca de 400 laboratórios disponíveis. Mas esse é apenas um dos benefícios dessa alternativa, aberta a projetos focados na inovação. A empresa pode permanecer incubada cerca de três anos na universidade, o que é suficiente para que se desenvolva e tenha alcançar sua independência.
Fonte: http://redeglobo.globo.com/globoreporter/abertura.php?controle=726&codprog=144
acesso em outubro de 2002
http://www.tramaweb.com.br/imagens.asp?cod_cli=75
acesso em dezembro de 2002
http://www.mecanicaonline.com.br/2002/novembro/engenharia/maquina_alisadora.htm
acesso em março de 2003
http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2003/jusp658/pag0607.htm
acesso em fevereiro de 2004
Revista Época n. 246 de 03.02.2003 páginas 22 e 23
http://odia.ig.com.br/odia/info/in041207.htm
acesso em setembro de 2003
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