Uma professora da USP criou lança nesta semana um jogo de cartas ilustrado para ensinar conceitos científicos de saúde pública a crianças. O jogo Microvilões foi idealizado pela professora Maria Lígia Coutinho Carvalhal, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. O jogo permite ao professor trabalhar conceitos de higiene, saneamento, poluição, vacinação e saneamento, além de auxiliar na conscientização dos alunos sobre a importância do exercício da cidadania. “De uma forma lúdica, a criança entra em contato com os conceitos relacionados à prevenção e formas de transmissão de doenças” , afirma Maria Lígia.
Ela explica que o Microvilões é um jogo composto por 21 quartetos. Cada quarteto é formado por uma carta com o nome da doença, outra com o nome e a figura do agente transmissor, outra com a forma de prevenção e a quarta carta com a forma de transmissão. Todas as cartas possuem dicas que conduzem à carta correta para formar o quarteto. As 21 doenças abordadas foram selecionadas de acordo com o contexto brasileiro. São elas: aids, catapora, dengue, gripe, hepatite B, poliomielite, raiva e sarampo; causadas por vírus; amebíase, candidíase e pé-de-atleta ; causadas por fungos; cólera, coqueluche, leptospirose, meningite, tuberculose, doença de Hansen (lepra) e tétano ; causadas por bactérias; e doença de Chagas, Malária e Toxoplasmose ; causadas por protozoários. Microvilões é um jogo de cartas, dividido em Jogo Ação e Jogo Vilão. As atividades são realizadas numa dinâmica de grupo, na qual todos têm participação intensa. O resultado é a criação de um clima motivador para a aprendizagem. Recomendado para o trabalho em sala de aula a partir do ensino fundamental até o ensino médio, observando-se a regionalidade, pois algumas doenças são mais comuns em determinadas regiões do país.
De acordo com a professora, algumas escolas já estão utilizando o jogo em sala de aula e os resultados obtidos são satisfatórios. “As crianças se envolvem com as questões levantadas no decorrer da atividade”, afirma. Segundo ela, para jogar o Microvilões, basta ser alfabetizado. “Indicamos o jogo principalmente para crianças a partir de 9 anos, quando elas começam a receber nas escolas as primeiras informações sobre os micróbios e suas ações deletérias como agentes causadores de doenças”. Para Maria Lígia, cabe ao professor fazer do Microvilões um instrumento de sensibilização das crianças para a questão das doenças causadas pelos micróbios. Para isso, junto com o kit do professor, vem o livro “A microbiologia vai à escola”, onde são sugeridas várias atividades a serem desenvolvidas em sala de aula, fazendo do Microvilões um material interdisciplinar.
“Como recebemos aposentadoria integral, agora podemos fazer aquilo de que realmente gostamos”, brinca Maria Carvalhal, microbióloga e criadora do Microwar, Micromundo e Microvilões. Foi graças a uma amiga que Maria Lígia conseguiu transformar seus Microvilões em um produto. Mas isso não basta. “As lojas cobram uma fortuna para colocar um jogo desses à venda e ele acaba custando R$ 70”, conta. “Não me incomodaria em ganhar dinheiro, mas gostaria que o jogo fosse vendido por R$ 10, para que as escolas pudessem comprar e usar.”
Maria Ligia Coutinho Carvalhal possui graduação em Biologia pela Universidade de São Paulo (1970), mestrado em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal de São Paulo (1974) e doutorado em Ciências Biológicas (Bioquimica de Microrganismos) pela Universidade de São Paulo (1979). Desde 1971 exerce o cargo de docente e pesquisador na Universidade de São Paulo. Atualmente é professor aposentado do Depto. de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Microbiologia, com ênfase em microbiologia ambiental, fermentação alcoólica, biotecnologia atuando, no momento, nos seguintes temas: ensino de microbiologia, produção de material didático para o ensino de microbiologia nos ciclos fundamental, medio e superior priorizando a metodologia de jogos e atividadesde laboratório como treinamento do método científico. Atualmente ministra disciplinas em cursos de pós graduação na área de ensino de microbiologia e docencia no ensino superior. É docente nas disciplinas de graduação do departamento e nas disciplinas da licenciatura do curso de Biologia. Ministra cursos de capacitação pedagógica para o ensino das ciências para professores de ensino médio e fundammental. Orienta alunos de graduação no projeto: MicroTodos, a microbiologia a serviço da cidadania.
Fonte:
http://ctc.fmrp.usp.br/ctc/education/mostrareportagem.asp?Id=27
http://www.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/educadores/noticias/ge081001.htm
http://www.prof.com.br/te/te16_1.asp
http://www.usp.br/jorusp/jusp551/caderno/pesquisa02.html
http://www.oak.bio.br/prod/micro/index.html
acesso em agosto de 2002
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4799435Y4
acesso em julho de 2010
envie seus comentários para otimistarj@gmail.com.