Petróleo

Monitoração de Dutos por Ultrassom

Nos próximos dois anos a Petrobras investirá R$ 1 milhão em uma parceria com o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e com o Centro Tecnológico de Solda do Senai para o emprego de uma tecnologia ultra sônica para a avaliação da estrutura dos oleodutos e gasodutos da Transpetro, subsidiária da estatal. Essa tecnologia foi desenvolvida pelo IEN para análise da integridade estrutural de usinas nucleares. O objetivo é o de reduzir os riscos de vazamento causados por falhas ou rompimentos nas tubulações. O IEN receberá 22,5% dos recursos da Transpetro destinados ao projeto e vai aplicá-los na aquisição de equipamentos e melhoria do laboratório. “A Transpetro está preocupada em encontrar meios mais eficazes de monitorar o estado de tensão provocado por movimentações geológicas em dutos que ficam enterrados, e assim prevenir os vazamentos”, diz o pesquisador Marcelo Bittencourt, do Laboratório de Ultrassom do IEN. A média de acidentes é pequena, mas eles trazem enormes prejuízos ambientais e financeiros, lembra Bittencourt. Hoje, segundo o IEN, são utilizados métodos como o da técnica do furo ou a difração por raios-x, que, no entanto, “têm limitações que dificultam uma tomada de decisão operacional”. Ainda de acordo com o instituto, em recente congresso Pan-americano sobre ensaios não destrutivos, um representante da Petrobras afirmou que a medida de tensão por ultrassom é uma das técnicas que a estatal reconhece como estratégica e, por isso, recebe investimentos para ser utilizada no futuro próximo na avaliação de dutos.

 

A tecnologia desenvolvida pelo IEN, unidade de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no Rio de Janeiro, permite avaliar a tensão medindo a velocidade de propagação da onda ultrassônica no material. Entre 1999 e 2002, o trabalho da equipe de ultrassom do IEN teve suporte da Agência Internacional de Energia Atômica, que “percebeu sua importância para a área de segurança de reatores”, define Carlos Alfredo Lamy do Grupo de Ultrassom. A pesquisa, que gerou três patentes para o IEN, atraiu a atenção do Programa Tecnológico de Dutos da Petrobras em 2002, a partir de sua aplicação em um trabalho desenvolvido em parceria com o Cetec-Solda para a Transpetro, cujos resultados foram bastante promissores. O projeto atual visa a criação de um banco de dados com os sinais ultrassônicos que caracterizam a tensão nas diversas fases de deformação elástica do tubos, estabelecendo limites de segurança. A subsidiária da Petrobras selecionará para análise 21 amostras de sete famílias de tubulação, com aços com diferentes composições, diâmetro, espessura e tempo de uso.

 

Fonte: RADIOBRAS DATA: 24/10/03 ON-LINE “Petrobras investe em tecnologia para garantir segurança de dutos”