Química

PBLH

Localizado em São José dos Campos (SP), o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), do Comando da Aeronáutica, interage fortemente com o programa espacial brasileiro. O IAE destaca-se como pioneiro no desenvolvimento de foguetes de sondagem e lançadores de satélites. Entre as atividades desempenhadas pelo IAE, podemos destacar o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) e a implantação da Usina de Propelentes Cel. Abner, atualmente capacitada para atender às necessidades nacionais. Nessa usina foram desenvolvidas resinas líquidas reativas de polibutadieno (PBLH) que, além de aplicação na área espacial (combustível para foguetes), podem ser utilizadas para a produção de tintas adesivas e borrachas. Estas tecnologias foram transferidas para a Petroflex, dando origem a instalações industriais com capacidade de produção comercial de PBLH. Ainda na crescente cooperação com o setor industrial, na área da metalurgia, foram desenvolvidos em 1977 aços de ultra-alta-resistência como o 300M, produzido em escala comercial pela Acesita. 

Diversos polióis com estrutura hidrocarbônica são encontrados atualmente no mercado. A principal vantagem destes polióis é a alta resistência à hidrólise, ácidos e bases, dos PU’s com eles preparados. Os PU’s feitos com polióis com estrutura hidrocarbônica saturada têm elevada resistência à temperatura e são usados em encapsulamento de componentes eletrônicos na industria automotiva. Dentre os diversos polióis com estrutura hidrocarbônica podemos citar o polibutadieno líquido com terminação hidroxílica (PBLH). O PBLH é obtido pela polimerização do butadieno, iniciada pelo peróxido de hidrogênio, utilizando um álcool como diluente

Devido ao processo de fabricação, por mecanismo de radicais livres, o PBLH possui ramificações na cadeia polimérica, sendo a sua funcionalidade ligeiramente superior a dois (2,1 < f < 2,3). Ele possui hidroxilas primárias reativas alílicas, peso molecular de 2.800 e número de hidroxila de 46 mg KOH/g. Sua cadeia polimérica hidrófoba, dota o PU de excepcional resistência à hidrólise. Seu baixo teor de umidade (< 300 ppm), muitas vezes dispensa a secagem prévia. Sua baixa temperatura de transição vítrea, dota o PU de excelentes propriedades elastoméricas mesmo em temperaturas extremamente baixas. Possui grande capacidade de receber cargas e sua natureza hidrocarbônica o faz compatível com produtos como asfalto, óleos aromáticos e parafínicos, pentanos, plastificantes, negro de fumo, etc. Sua microestrutura possui 60% de insaturações 1,4-trans, 20% de 1,4-cis e 20 % de 1,2-vinil, que possibilitam vulcanização e modificações químicas.

Outro tipo de PBLH é obtido pela polimerização aniônica do butadieno iniciada por naftaleno / sódio, e terminada por reação com óxidos de etileno ou propileno, seguida de hidrólise, resultando na formação de grupos OH primários ou secundários, respectivamente. Os PBLHs comerciais assim obtidos têm funcionalidade 2,0, pesos moleculares entre 2000 e 5000, geralmente possuem hidroxilas secundária, e apresentam microestrutura com alto teor de ligações 1,2-vinil, o que os torna extremamente viscosos (pastosos) na temperatura ambiente. Devido à funcionalidade 2,0 estes polibutadienos dióis podem ser utilizados na fabricação de elastômeros termoplásticos (TPUs), com excelente resistência à hidrólise, estabilidade química, e propriedades isolantes.

Fonte: http://www.marcospontes.com/cientecno/pnae/CTA.htm 
http://www.poliuretanos.com.br/Cap1/15Poliois.htm
 
Cronologia do Desenvolvimento Científico e Tecnológico Brasileriro, 1950-200, MDIC, Brasília, 2002, página 91, 115, 169
 
acesso em março de 2002
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