Meio Ambiente

RALF- Reator Anaeróbio de Lodo Fluidizado

A tecnologia de tratamento anaeróbio de esgotos sanitário através de Reatores Anaeróbios de Lodo Fluidizado (Ralf), teve grande ênfase na década de 1970, em função da crise de energia. As tecnologias que necessitavam de energia para seu funcionamento preferencialmente foram sendo substituídas na Sanepar por tratamentos anaeróbios que além de não necessitarem de energia para o processo, geram gás metano, gás este que pode ser utilizado como combustível. O tratamento com reatores anaeróbios tem uma limitação quanto à eficiência de tratamento, sendo necessário um tratamento complementar ou pós-tratamento, que pode ser de diversos tipos. Porém a tecnologia de tratamento complementar de preferência deve seguir a mesma linha de não ser um processo potencial consumidor de energia e sim uma tecnologia que busque a conservação de energia. Um dos processos que vem sendo implementado, visando este objetivo, é a combinação dos Reatores Anaeróbios de Lodo Fluidizado (Ralf) com Filtros Biológicos Aeróbios Convencionas (FBA).

 

Este tipo de processo é realizado por um RALF – Reator Anaeróbio de Lodo Fluidizado, com tecnologia desenvolvida pela Sanepar e que apresenta uma série de vantagens com relação ao sistema aeróbio. Entre elas a de não precisar de outros tipos de energia suplementar e a de produzir biogás, que pode ser utilizado como combustível. Sua eficiência em remoção de DQO (demanda química de oxigênio) é em torno de 75% e de DBO (demanda bioquímica de oxigênio) é de 80%. A construção de um RALF representa baixo custo por habitante servido, uma solução bem mais econômica inclusive no que diz respeito a sua manutenção. A Sanepar oferece módulos de diferentes tamanhos e formatos de reatores, com capacidade de servir de mil a 45 mil habitantes. Em Curitiba foi recentemente inaugurada a maior estação de tratamento de esgoto deste tipo, a ETE Atuba Sul, composta por 16 unidades RALF, cada uma com capacidade de servir 35 mil habitantes. O funcionamento do RALF é simples. Consiste inicialmente em conduzir o esgoto bruto para um gradeamento fino a fim de remover os sólidos flutuantes e em suspensão; e remover sólidos sedimentáveis prejudiciais ao processo.

Após o esgoto estar gradeado, é conduzido até uma câmara no centro superior do reator; onde é dividido em partes iguais para alimentar tubos difusores, que conduzem o esgoto até o fundo do mesmo. Na parte inferior do reator, o esgoto em fluxo ascendente é misturado com o lodo contido em um manto previamente formado ou inoculado, rico em bactérias anaeróbias. A matéria orgânica contida no esgoto fica retida neste manto de lodo e é degradada e estabilizada por meio da atividade metabólica das bactérias.

As bactérias contidas no manto de lodo transformam a matéria orgânica suspensa em produtos estáveis, como água, biogás e outros elementos inertes. Na parte superior do reator existe uma parede defletora, que serve de interface da zona de digestão e de decantação. Os gases formados se concentram na parte superior interna do reator de onde, através de um tubo, podem ser descartados ou reaproveitados para fins energéticos. A parte sólida arrastada pelos gases retorna ao manto de lodo após o desprendimento das bolhas geradas. O líquido segue para o decantador periférico e é vertido para uma canaleta que coleta todo o efluente tratado e o conduz para o emissário. Este emissário pode conduzir o efluente para um corpo receptor ou para um pós-tratamento. O lodo excedente gerado no reator deve ser removido periodicamente para leitos de secagem e aterros sanitários.

 

Fonte:

http://www.sanepar.com.br/sanepar/calandra/calandra.nsf

http://www.unilivre.org.br/centro/experiencias/experiencias/034.html

acesso em agosto de 2002

http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v18/menu.htm

acesso em fevereiro de 2003