Pequenas Empresas

Robô de Sucata

O operador de som Rivelino Humberto Darold, 27 anos já construiu quase de tudo com sucata e muita imaginação, numa pequena garagem no bairro Jardim Itália, na cidade de Chapecó. A sua principal invenção – um robô feito com latas de leite em pó, que fala e interage com qualquer interlocutor – já esteve até na mostra da Ciranda da Ciência, em São Paulo, e se transformou no precursor de muitos outros, não tão animados, mas capazes de surpreender pelo design futurista e pelo material utilizado: garrafas plásticas de refrigerante. 

“Comecei usando nenhuma técnica e poucas ferramentas. Demorou muito até que encontrasse ou pudesse adquirir algum equipamento que atendesse às minhas necessidades”, conta. Autodidata, o inventor é capaz de montar formas inimagináveis e ainda por cima provar que elas podem ser úteis. Sua mais nova criação trata-se de uma super cola, potente o suficiente para ser capaz de soldar o plástico das garrafas de refrigerante e fazer com que o objeto construído não se desmonte. Com o uso do novo adesivo – uma mistura de uma série de químicos – Darold deu vida à cobras gigantescas, arcos que parecem ser de metal, além de luminárias, estantes para televisão e uma infinidade de bonecos com formas “extraterrestres”, que fariam a alegria de qualquer criança. O artista já está patenteando a sua descoberta e procurando parceiros que queiram investir na idéia, embora garanta que seu único objetivo com a elaboração da cola foi dar durabilidade à sua obra. “Foram vários anos de trabalhando, buscando um material que mantivesse as peças unidas. Graças à Deus eu consegui, pois nada que esteja no mercado é capaz de dar ao plástico essa durabilidade”, afirma.

Para divulgar seu trabalho, além de promover pequenas exposições com a ajuda de amigos e parentes, o artista também participa de festas na cidade e na região, apresentando um verdadeiro show com seus bonecos e invenções. O espetáculo, além do brilho exótico das criações, é acompanhado por luzes e equipamentos musicais que ele mesmo adapta. As músicas, ao estilo do grupo alemão Kraftwerk, costumam deixar o público impressionado e interessado em saber como tudo foi montado. Sobre o futuro, Darold tem uma única certeza: vai continuar liberando toda a sua criatividade e transformando lixo em esculturas e objetos exóticos. Os projetos, segundo ele, ainda são muitos e para que eles sejam concretizados, é preciso apenas que se encontre, entre o que já foi descartado, a peça ou encaixe corretos. “Faço isso com o intuito também de conscientizar as pessoas. Todos sabemos que o mundo e a natureza dependem de nós e que precisamos preservá-los, se quisermos continuar vivendo e produzindo novas descobertas”. 

Fonte: http://www.an.com.br/2000/jan/08/0ane.htm 
acesso em outubro de 2002
 
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