Leishmania é um protozoário unicelular, que provoca diferentes formas da doença, afetando a mucosa da boca, nariz e garganta, e órgãos internos, esta última forma frequentemente fatal. O pesquisador do National Institute of Allergy and Infectiouns Diseases (NIAID), de Bethesda, Maryland, nas proximidades da Capital dos EEUU, Washignton, D.C., José Ribeiro, concentra-se no parasita que ataca a pele, disseminado no Oriente Médio pela mosca da areia (Phlebotomus patasi). Crianças e forasteiros são suas vítimas principais, embora representem uma fração do universo infectado. Picadas de mosca não infectadas protegem camundongos da Leishmania, sendo isolada uma proteína presente na saliva do inseto capaz de provocar uma forte resposta imune no animal que não desenvolve qualquer dos sintomas da doença, quando exposto ao transmissor. Heidrun Moll, da Universidade de Wurzburg, Alemanha, que estuda vacinas contra a leishmaniose a partir do parasita, considera a pesquisa promissora, e que somente não teria ainda avanços maiores, dada as dificuldades com o trato do inseto e a necessidade de seu isolamento em laboratório. Considera possível, no futuro, a imunização das pessoas com um coquetel de vacinas derivadas tanto da mosca quanto do parasita.
Pesquisadores em busca da criação de vacinas contra uma séria infecção parasitária descobriram que uma dose de saliva de mosca pode ser a resposta. A Leishmaniose, doença tropical até fatal, é causada por um parasita que é transmitido aos humanos pela picada de uma mosca. Em um artigo publicado no Journal of Experimental Medicine, cientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas descrevem como a vacina desenvolvida para combater um componente da saliva da mosca previne a Leishmaniose em camundongos.
O termo Leishmaniose se refere a um grupo de doenças relacionadas. Espécies diferentes do parasita monocelular Leishmania podem causar infecções no nariz, garganta e boca (leishmaniose mucosa); dolorosas lesões na pele (leishmaniose cutânea) ou infestações fatais em órgãos internos (leishmaniose visceral). José Ribeiro, Ph.D., perito em bioquímica e insetos sugadores de sangue estudou por mais de 30 anos a forma pela qual os componentes da saliva não apenas ajudam os insetos a obter sua alimentação, mas também modulam a resposta imune. Vários cientistas, inclusive José Ribeiro, já demonstraram que animais de laboratório imunizados com a saliva da mosca geralmente resistem à infecção quando posteriormente picados por um inseto portador da Leishmania ou expostos aos parasitas na presença da saliva da mosca.
Os pesquisadores separaram as proteínas da saliva e identificaram uma delas, a SP15, que pareciam ser o alvo da resposta imune natural de camundongos. Então, de trás para diante, puderam identificar o gene que produz a proteína. Assim, foi possível criar uma vacina de DNA, na qual utilizaram para imunizar os camundongos. Quando os camundongos imunizados recebiam os parasitas misturados à saliva da mosca, a infecção era marcadamente mais branda, com menor quantidade de lesões cutâneas e com o fim da infecção em seis semanas. Camundongos não vacinados desenvolveram grandes úlceras de pele, não eliminando o parasita. Como a mosca produz tanto anticorpos como resposta da célula T, os pesquisadores analisaram os camundongos para avaliar qual tipo de resposta imune detinha os parasitas. Ao vacinarem camundongos geneticamente modificados para não apresentavam anticorpos, descobriram que os mesmos ainda estavam protegidos pela vacina, o quer indicava que as células T protegiam os animais da doença.
Fonte:
http://www.nature.com/nsu/010809/010809-7.html
acesso em agosto de 2002
http://www.emedix.com.br/not2001/01ago06nih-cof-leishmaniose.shtml
http://www.canalkids.com.br/central/arquivo/saude_saliva.htm
http://www.niaid.nih.gov/dir/labs/lpd/ribeiro.htm
acesso em janeiro de 2003