Agropecuária

Sistema Dosador de Sementes

Na cultura do milho, é sabido que a qualidade de plantio, mais especificamente a distribuição das sementes no solo, é fundamental para um bom desempenho da cultura, e estima-se que para cada percentual de falha no plantio (cova sem semente) ou para cada percentual de “duplo” no plantio (duas sementes por cova) tem-se uma perda de 0,5% em produtividade. O diferencial técnico do disco “com rampa” da Apollo é a presença de uma rampa mecânica situada na parte de trás do furo do disco, tecnologia patenteada pela empresa. Essa rampa reduz os duplos e as falhas no plantio em 43% em relação aos discos normais disponíveis no mercado. Portanto considerando um lote médio de sementes que apresenta 6% de erros no plantio (soma de duplos e falhas) com o disco normal, ao utilizarmos o disco com rampa esse erro deve cair para 3,42%, uma redução de 2,58% no erro, que provocaria um incremento de 1,29% na produtividade (0,5% a mais de produtividade para cada 1% a menos de erro). Considerando que uma plantadeira de 04 linhas planta cerca de 200 há de milho por ano, e admitindo-se uma produtividade média de 100 sc/há, se o agricultor utilizar os discos com rampa ele terá um incremento de produção da ordem de 258 sc de milho, que à $12,00/sc perfaz um total de $3.096,00. Considerando-se que cada disco com rampa custa cerca de $3,5 cada contra $2,5 do disco normal, o agricultor investirá $4,0 reais para obter $3.096,00, é uma relação custo beneficio fantástica.

 

Em pouco tempo todas as empresas de sementes de milho testaram e se interessaram pelo produto, a ideia geral deles era fornecer os discos junto com as sementes. Assim, o produto passou a ter tamanha importância estratégica para as empresas de sementes de milho, que houve uma verdadeira disputa entre elas para ter maior acesso aos discos com rampa. Em 2000 a Monsanto do Brasil, produtora de sementes de milho, fez um pedido de compra de 100.000 discos por ano, para dois anos, com pagamento antecipado dos produtos, o que ajudou bastante a financiar a Apollo. Mais recentemente, no inicio de 2002, a Apollo fechou um contrato estratégico com a Pioneer sementes, líder mundial e no Brasil em vendas de sementes de milho, onde a Pioneer subsidia os discos para seus representantes e revendedores para que os mesmos tenham acesso maior aos discos e assim os mesmos cheguem aos clientes agricultores. Além disso, por esse contrato, a Apollo ganhou o direito de participar de todos os dias de campo da Pioneer no Brasil, um canal de divulgação de valor inestimável para o Apollo que pretende lançar dois produtos novos por ano. Vale lembrar que a Pioneer é a empresa com o melhor conceito junto aos agricultores no agronegócio. O contrato é por 08 anos.

O que motivou a Pioneer a fechar esse contrato com a Apollo foi à constatação que com o disco com rampa apenas 2% dos lotes da empresa ficavam com erros acima do limite pré-estabelecido pela empresa (6% de duplos e 3% de falhas), e com o disco normal esse número subia para 9%, o que representaria um prejuízo de cerca de $882.000,00 reais por ano para a empresa (a empresa dá descontos para lotes com níveis acima dos pré-estabelecidos). Além da venda direta às empresas de sementes, a Apollo também comercializa seus discos com rampa no varejo de máquinas e peças para máquinas agrícolas, cerca de 20% das vendas é realizado nesse mercado. Com o lançamento de outros produtos a Apollo pretende se consolidar nesses canais de distribuição para melhor atender o agricultor.

O disco com rampa é um produto líder de mercado em milho e evoluindo bastante em soja e alavancou o crescimento da empresa, contribuindo para o aumento de produtividade de milho e soja no Brasil. Calcula-se que o produto tenha aumentado em 0.75% a produtividade do milho no Brasil. No plantio da soja a rampa reduz também o quebramento das sementes. O produto tem um rebaixo exclusivo, objeto de patente, que diminui as sementes presas no disco o que diminui as falhas no plantio. O Badeco eletrônico é um sensor de adubo e semente para monitoramento eletrônico de plantadeiras. É o único sensor de adubo no mundo e o produto, ainda em evolução, proporciona maior segurança ao operador destas máquinas. Como engenheiro agrônomo, consultor técnico, em 1996, José Roberto Assy, enquanto regulava plantadeira de um cliente, não foi feliz na operação, incentivando-o a buscar uma solução para o sistema organizador de sementes das plantadeiras. Assim, o inventor desenvolveu um sistema mecânico bem mais seguro, o sistema Seletor de distribuição de sementes. Nesse sistema os discos tinham furo com rampa, o que melhorava o plantio. Após um ano de funcionamento a empresa entrou em dificuldades financeiras, apesar do sucesso do produto, o sistema Seletor. Em função dessa dificuldade, foi lançado o disco com rampa e este acabou sendo um sucesso absoluto de mercado, viabilizando a empresa tornando-a lucrativa. José Assy participou da pesquisa como coordenador e engenheiro agrônomo, contando com apoio de um engenheiro mecânico e um torneiro mecânico.

Já com a empresa em pleno funcionamento, José Assy decidiu investir no desenvolvimento de novos produtos: “assim fiquei em cima de uma plantadeira por 200 horas aproximadamente com o intuito de observar e verificar o que poderíamos melhorar. Assim observei que faltava um sistema de monitoramento eletrônico das sementes e do adubo sólido pois o Brasil é um dos poucos países que utiliza adubo sólido. O segundo passo foi achar um parceiro que pudesse ajudar na parte técnica e depois de cumprida essa etapa partimos para o desenvolvimento do produto em si”

A história de sucesso de José Roberto Assy, um paulistano nascido em família de classe média, começou com um problema. Desde 1992, ele distribui sementes da Pioneer em Caldas Novas, no interior de Goiás. Em 1996, por um problema de secagem das sementes, os produtores tiveram uma quebra em parte da safra, apesar do recolhimento de 300 000 quilos de grãos. “Tentei transformar aquele erro em algo produtivo”, diz Assy com humildade, uma característica que logo se revela quando fala. “Resolvi abrir um buraco na plantadeira para ver como funcionava e percebi que havia uma grande perda no plantio.” Isso porque a tecnologia das plantadeiras utilizadas no Brasil é a mesma empregada no sistema de cultivo americano (nos Estados Unidos as sementes são maiores; portanto, o desperdício é menor). Para resolver o problema, Assy criou, à lá Professor Pardal, um disco distribuidor de sementes com o tamanho adequado às variedades brasileiras. Conseguiu uma redução de 43% na falha do plantio.

Pouco antes desse episódio, Assy conta que sua vida havia dado uma virada, com o nascimento de seu segundo filho, em 1995. “Olhei para as pessoas ao meu redor lá no campo e decidi que não queria ter uma vida contemplativa. Queria construir algo para durar.” O problema na distribuição das sementes serviu como empurrão para o início das pesquisas. Hoje, a Apollo, empresa de Assy, que faturou 1 milhão de reais no ano passado, já está lançando o terceiro produto no mercado. Trata-se de um aparelho que monitora o despejo de adubo e sementes durante o plantio, batizado de badeco eletrônico. O nome é uma brincadeira com a figura do campo conhecida como “badeco”, o peão que fica em cima da colheitadeira supervisionando o plantio. “Quero transformar a empresa em um laboratório de tecnologia rural”, diz Assy. Ele não perde tempo: já contratou um pesquisador para ajudar na tarefa. Os agricultores comemoram.

O Apollo tem vocação para P&D porque nasceu como consequência do desenvolvimento de um sistema para distribuição de sementes inovador, o Kit Seletor, que compete com sistemas importados e que vem crescendo em vendas ano a ano. O Apollo também tem experiência em P&D, em 05 anos lançou 03 produtos (kit seletor, disco com rampa e badeco eletrônico) totalmente novos e com tecnologia inédita no mercado. A empresa recebeu o Prêmio “Empreendedores do novo Brasil”: O Apollo foi um dos ganhadores deste prêmio, promovido pela Endeavor (www.Endeavor.com.br entidade internacional de promoção do empreendedorismo), pelo Sebrae e pela revista Você S/A, o prêmio foi reportagem de capa da revista edição Maio/2002. O Apollo é uma empresa voltada para pesquisa e desenvolvimento de equipamentos agrícolas sempre inéditos, e que ajudem ao agricultor brasileiro a produzir com maior eficiência e lucratividade. Focada nos mercados de equipamentos para milho, soja, feijão e algodão, a empresa distribui seus produtos por todo o país, do RS ao Maranhão. A Empresa pretende desenvolver produtos para exportação a partir de 2003. A empresa recebeu o Prêmio FINEP 2002 na categoria pequena empresa região Centro Oeste.

Atualmente situada em Caldas Novas – GO, em um barracão de 800 m2 onde são feitas algumas usinagens em torno, soldas leves, dobras e cortes de chapas e principalmente a montagem e expedição dos produtos já que a empresa é bastante terceirizada. Os moldes para confecção de componentes em ferro fundido, alumínio, plástico ou borracha são projetados pela Apollo e de propriedade da mesma, porém ficam nas empresas terceirizadas, onde são utilizados para a produção. A empresa pretende se instalar no distrito industrial de Catalão-GO em terreno de 50.000 m2 onde construirá ainda em 2002 barracões de 3.000 m2. A unidade de P&D é situada em Sorocaba-SP, em barracão de 200 m2 onde são desenvolvidas todas as pesquisas mecânicas de laboratório. Nessa unidade estão instalados por enquanto equipamentos para testes de plantabilidade, tais como máquinas elétricas de plantabilidade, esteiras fixas de plantabilidade e uma esteira corrida para simulação de plantio. A Unidade de P&D possui parceria em Araras – SP, na empresa Curtis Eletrônica Ltda., onde são desenvolvidas as pesquisas na área de eletrônica e automação. Nesta empresa está instalado o laboratório de simulação de adubação para P&D do Badeco Eletrônico com toda a parte eletrônica e mecânica, inclusive com controle de temperatura e umidade relativa.

 

Fonte:

http://www.apolloagricola.com.br

Acesso em julho de 2005

http://vocesa.abril.com.br/edi47/841_1.shl

http://www.finep.gov.br/imprensa/folha_inovacao//FI025.pdf

Acesso em junho de 2008

Agradeço ao INPI/FINEP pelo envio de informações em junho de 2008 para composição desta página