Meio Ambiente

Sistema de Drenagem para Porões de Petroleiros

Os navios que transportam minérios a granel procedentes de Carajás no Pará, pelo complexo portuário de São Luís no Maranhão chegavam ao destino para serem descarregados e lá se deparavam com o gravíssimo problema de excesso de umidade que provocavam com isso dificuldades a bordo além e atrasos operacionais bem como sérios problemas de limpeza em todo o sistema portuário gerando protestos e em alguns casos rescisões contratuais. Além do aspecto ambiental um outro impacto econômico, é o fato desse sistema ser uma exigência premente dos compradores de minérios, o que exige a instalação de filtros e respectiva manutenção com a troca do material filtrante.

 

Na tentativa de solucionar o problema José Luiz Vieira Mattos, trabalhando com perito naval, iniciou os primeiros ensaios a bordo dos navios substituindo a juta (estopa) que normalmente era usada como material filtrante nas tampas dos pocetos por um material denominado ‘bidin’ que costumam usar como drenagem nos campos de futebol, foi observado que mesmo percebendo que aumentava o volume de água drenado não surtia efeito para o quantitativo existente a bordo, então José Vieira dimensionou filtros substituindo as tampas convencionais em forma de elipses resultando uma vazão de até 800 mm de diâmetro para cada um dos quatro pocetos existentes em cada porão. O sistema foi instalado em um dos porões do navio Docefjord que é do tipo ore oil (graneleiro petroleiro) monitorando-o durante quarenta e cinco dias até final de descarga em dois portos japoneses. Os resultados superaram as expectativas e hoje a instalação a bordo de todos os navios é uma exigência dos clientes em portos do mundo todo.

O início da comercialização deu-se com o retorno de Jose Vieira da viagem feita ao Japão a bordo do navio Docefjord e de posse dos resultados na pesquisa e divulgação da mesma, a procura pelo sistema por parte dos compradores de minérios e armadores foi imediata, pois além da agilização das operações a água proveniente do minério drenada e filtrada não deteriorava os sistemas de tanque e bombeamento, além de evitar as limpezas que eram realizados obrigatoriamente pela tripulação durante a viagem de retorno nesses tanques (pocetos) o que obrigou a se instalar o sistema mesmo antes de se obter a patente, concedida em 1998. O sistema foi muito bem aceito por não agredir o meio ambiente e permitir a drenagem não só durante a viagem como também atracados nos portos, pois a água limpa não gera problemas com as autoridades ambientais.

Os navios são projetados e construídos segundo critérios e normas técnicas exigidas pelas sociedades classificadoras internacionais e para alterar algo estrutural há certo grau de dificuldade devido à exigibilidade que se faz inclusive com relação às próprias empresas seguradoras dos navios, o que requer maior entendimento envolvendo armadores, afretadores entre outras. As dificuldades foram superadas devido aos resultados obtidos. Para implantação da invenção José Vieira utilizou-se de investimentos próprios e também da participação da Companhia Vale do Rio Doce CVRD que é uma das beneficiárias do sistema.

José Luiz Vieira Mattos, da Trimbow Inspeções Navais, recebeu no início do mês de novembro de 2007, no Rio de Janeiro, o troféu de vencedor do Prêmio FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia, como representante da Região Nordeste. A conquista o coloca na disputa pelo prêmio nacional, representando a região Nordeste que deve ser anunciado no dia 12 de dezembro, na presença do Presidente da República, Senhor Luiz Inácio Lula da Silva. “Estou bastante satisfeito pela conquista, pois representa a vitória e a oportunidade de colocar o nosso estado do Maranhão em evidência Nacional”, comemora JL, como é conhecido no setor portuário maranhense.

O projeto premiado e já patenteado – tem como proposta otimizar as ações das tampas cegas, em forma de elipse, instaladas sobre pequenos tanques, chamados de pocetos, dotados de calafetas, individualmente, em toda sua borda com juta (estopas), compondo uma pequena área de contato com o líquido e baixíssima taxa de infiltração. O sistema, da a sua incapacidade de reter determinadas substâncias, permite passagem de resíduos sólidos provenientes dos minérios que são lançados ao mar/rios poluindo indiscretamente o Meio Ambiente.

 

 

 

 

 

Fonte: http://www2.finep.gov.br/premio/?q=node/77

http://www.portosma.com.br/noticias/noticia.php?id=1622

acesso em maio de 2008

Agradeço ao INPI/FINEP pelo envio de informações em maio de 2008 para composição desta página

http://gazetaonline.globo.com:80/_conteudo/2008/11/33043-salao+do+inventor+divulga+lista+de+premiados.html

acesso em novembro de 2008

http://www.inventar.com.br/taiwan01.jpg

acesso em novembro de 2009