Meio Ambiente

“Caixa de Gordura com Bolsas Destacáveis “

O Sistema Tego é um Conjunto Integrado para o Tratamento de Águas Residuais na Origem destas, permitindo um maior controle sobre os esgotos. É utilizado para tratamento preliminar de águas residuais originadas basicamente em cubas de pias de limpeza em geral; principalmente em cozinhas de restaurantes e residências, mas também em locais onde são manipulados outros tipos de resíduos lançados nas águas. Os livros técnicos e as legislações, referindo-se ao tratamento de água residuais, prescrevem dispositivos de retenção de gorduras óleos e graxas (chamados geralmente de Caixas de Gordura, ou de Caixas de Retenção) para os tratamentos preliminares. Principalmente porque resíduos como as Gorduras além de causar entupimentos em canalizações, causam danos em equipamentos e ainda diminuem a capacidade de tanques sépticos no tratamento das águas; mas também porque a retenção e a remoção dos resíduos é um dos tipos de tratamento das águas.

 

O Sistema Tego, para a finalidade dos tratamentos preliminares mencionados, prevê integração interna e externa. Do ponto de vista da sua estrutura interna o Sistema Tego é constituído de Caixa(s) com dois condutores e um Refil, este Formado por Múltiplas Bolsas Destacáveis, geralmente dez bolsas, integrados para Retenção e Remoção Manual e Periódica de Resíduos Sem a Utilização de Produtos Químicos; Enquanto que, do ponto de vista da sua estrutura externa, prevê o controle da vazão de entrada no Sistema, adequando a velocidade de escoamento das águas de acordo com a pretensão de Retenção de Resíduos na(s) Caixa(s); preferindo locais onde as forças que fazem poluição estão mais fracas, concentradas, e ainda não causaram danos, isto é, próximo as locais em que as sujeiras são inicialmente misturadas às águas. A velocidade de escoamento das águas na entrada está estabelecida em até aproximadamente 0,250 litros por segundo para cada Caixa, ou, em outras palavras, correspondente ao esvaziamento de cuba de uma pia em 40 segundos quando previamente preenchida com 10 litros de água. As dimensões e demais características internas e externas da Caixa Tego foram definidas principalmente em função das necessidades de Reter resíduos com eficácia e de facilitar as Remoções Periódicas dos resíduos retidos; porém, levando em conta a possibilidade de adequação da velocidade de escoamento das águas na entrada em cada Caixa. Em razão de prévias dimensões fixas da Caixa Tego, com indicação para vazões de até 0,250 litros por segundo, embora já adequadas para a maioria das situações, em muitos casos é necessário ou mais conveniente fazer diminuir a vazão de entrada na(s) Caixa(s): utilizando, diminuidores de velocidade, de escoamento das águas da cuba da pia para as canalizações, como o Redutor-Tego, por exemplo; ou mantendo a velocidade de escoamento na saída da cuba da pia porém fazendo dividir o escoamento entre duas ou mais ramificações posteriores, portando, direcionadas para Caixas Tego em Paralelo.

Instalar Caixas Tego em paralelo, além de ser um recurso para ajustar a vazão é uma das maneiras de otimizar o tratamento das águas, pois faz diminuir os movimentos no interior da(s) caixa(s), proporcionando mais tempo para ocorrer retenção de resíduos, por decantação e/ou por flutuação. As Caixas Tego em série também são uma boa alternativa para a otimização do tratamento, principalmente porque além de cada caixa subsequente reter boa parte dos resíduos não retidos anteriormente, a série possibilita monitorar o andamento da retenção e estipular mais corretamente a periodicidade da remoção, a qual será feita mais vezes na(s) primeira(s) caixa(s).

A empresa Teg’s Indústria e Exportação Ltda. Iniciou atividades no ano de 1979, enquanto que o processo de desenvolvimento do Sistema Tego iniciou no ano de 1994. O objetivo inicial do Sistema Tego era facilitar a Remoção/Limpeza em caixas ligadas a canalizações de esgoto, levando-a a ser mais frequente. O resultado foi a composição de Caixa com Refil. O objetivo seguinte era de, além de facilitar a Remoção/Limpeza, diminuir o tempo de colocação do refil. O resultado foi o Refil Formado de Bolsas Destacáveis. O objetivo terceiro era de obter o máximo de retenção de resíduos em uma caixa de tamanho reduzido tanto quanto necessário para efetuar o trabalho manualmente, por uma pessoa adulta padrão normal. O resultado foi a Caixa de Limpeza Tego, com aproximadamente 25 cm de diâmetro e 40 cm de altura, com dispositivos condutores de entrada e de saída. Atingido também o terceiro objetivo, o passo seguinte era de reduzir a quantidade de caixas em locais onde não é necessária muita vazão. O resultado foi o Redutor-Tego, principalmente para limitar a velocidade de escoamento da pia quando a cuba está totalmente cheia e é liberada de uma única vez. Outro objetivo foi o de dar orientação para problemas de esvaziamento da caixa por sucção na canalização de saída, fato que ocorre, entre outros motivos, quando a canalização está parcialmente obstruída e/ou subdimensionada. O resultado foi orientar para cortar e remover a parte superior do condutor da saída. Neste caso é indispensável a existência de um fecho hídrico entre a saída da pia e a entrada da caixa.

Uma das primeiras entidades a utilizar o produto foi a FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP), para a qual foram enviadas duas caixas em 12 de abril de 2006, estas em demonstração, para utilização como caixas coletoras de gesso. Posteriormente, em agosto de 2006 a USP adquiriu doze caixas para a FACULDADE DE ODONTOLOGIA e duas caixas para a FUNDECTO – FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO DA ODONTOLOGIA. Aproximadamente dois anos após a USP estar utilizando o produto, março de 2008, foram feitos pedidos por duas construtoras que, juntas adquiriram vinte e duas caixas para serem utilizadas em prédios da FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA USP, de modo que naturalmente, das duas caixas iniciais, atualmente há um total de 38 Caixas de Gordura com Refil na USP, para, em princípio, coleta de gesso em canalizações de esgoto na Universidade de São Paulo.

 

Fernando Alberto Grazziotin é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1983). Inicialmente trabalhou como engenheiro, depois, mediante concurso público, ingressou na Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, onde desde 17 de novembro de 1986 atua como Fiscal do Tesouro do Estado. Enquanto Funcionário Público obteve formação também em Direito, pela Universidade de Cruz Alta (1995). Paralelo a isso, devido a um fato ocorrido em 1993, desenvolveu uma Caixa de Gordura com Revestimento Formado por Múltiplas Bolsas Destacáveis com enfoque em higiene, funcionalidade, eficiência, usabilidade, adequação do sistema versus particularidades locais, esforço do operador, locomoção, periodicidade e adequação de vazão.

A ideia de criar uma solução para Caixas de Gordura nasceu em 1993, na cidade de Cruz Alta – RS, quando o inventor comprou uma casa cuja Caixa de Gordura estava em condições intoleráveis, devido ao muito tempo sem manutenção/limpeza. A falta da manutenção periódica na Caixa de Gordura além de ter causado repulsa devido ao aspecto e aos odores desagradáveis havia também causado danos ao sumidouro, dificultando a infiltração das águas no solo, devido a uma expressiva impermeabilização pelas gorduras nas paredes do mesmo. Por isso, pensando inicialmente em facilitar a manutenção periódica de caixas do tipo Caixa de Gordura e de outras ligadas a canalizações, como as que recebem as águas dos chuveiros, por exemplo, o inventor decidiu criar uma solução. A partir dali, durante os anos seguintes, passou a fazer diversos protótipos e testes que inicialmente resultaram na Patente.

A patente concedida em 2003 tem aplicação em diversos receptáculos de sujeiras ligados a canalizações, principalmente em caixas de passagem e caixas de gordura, e visa solucionar a dificuldade de remoção das sujeiras de seu interior, bem como, em certos casos, levar a uma manutenção mais frequente, a fim de evitar putrefação e formação de gases com odores desagradáveis. Apresenta um conjunto de criações: receptáculo de sujeiras secionável, dispositivo para conexão de revestimento, revestimento removível descartável, fechamento nas extremidades externas das entradas de receptáculo de sujeiras …, que, integrados apresentam, em síntese um revestimento removível descartável que recepciona as sujeiras, no interior do receptáculo o qual passa a ser dotado por dispositivos que possibilitam conexões do revestimento.

Porém, após serem executadas adaptações em diversas caixas de gordura de tipos que havia naquela época, o inventor pode constatar que aquelas caixas, em muitos casos, mesmo com manutenção periódica intensa, não atendiam à finalidade principal, que é a de fazer suficiente retenção de gorduras e de outros detritos. Um lado positivo é que a diminuição da repulsa, decorrente do revestimento interno descartável nas caixas de gordura, motivou maior aproximação, observações e acúmulo de informações a respeito das caixas de gordura e respectivos ambientes operacionais em residências, restaurantes, dentistas, hospitais em que foram utilizadas caixas de gordura com revestimento interno descartável. Foram observadas diversas outras caixas de gordura e respectivos ambientes, principalmente em restaurantes, fazendo concluir que havia a necessidade de desenvolver um produto que além de possuir as qualidades de facilitar e tornar mais agradável a manutenção (remoção/limpeza) das caixas de gordura, fosse mais eficaz também em reter os detritos, principalmente as gorduras.

Nesta fase, o inventor efetuou testes utilizando protótipos de Caixas de Gordura com dimensões mínimas previstas na NBR8160, de setembro de 1999, item 5.1.5.1.3, letra “a” (diâmetro interno: 0,30 m; parte submersa do septo: 0,20 m; capacidade de retenção: 18 L; diâmetro nominal da tubulação de saída: DN 75) fazendo passar por elas águas residuais em escoamento contínuo e com vazões variáveis, conforme a capacidade de escoamento de algumas cubas de pias de cozinha à venda no mercado. Os resultados dos testes o levaram a concluir que, dependendo da velocidade de escoamento das águas, as caixas de gordura em medidas mínimas previstas pela Norma Brasileira, NBR 8160, poderiam não conseguir reter as gorduras naqueles casos. Provavelmente porque, em razão das mudanças nas instalações e no comportamento dos usuários, o que era válido no passado, no momento, estaria precisando de ajustes.

Em vista disso, o inventor passou a dar mais ênfase ao controle da vazão versus eficiência na retenção do que no tamanho da(s) caixa(s) de gordura previstos pela norma. Fez produzir, então, em final de 2005, Caixas de Gorduras com Refil, marca TEGO, em tamanho menor do que o mínimo previsto na NBR 8160; a ser(em) utilizada(s) individualmente ou coletivamente, em série e/ou em paralelo, porém, sempre em consonância com a velocidade de escoamento das águas. Passados mais de dois anos e meio de observação, focado em caixas de gordura instaladas, nas configurações mencionadas, e satisfeito com os resultados obtidos, em meados de 2008 o inventor iniciou contatos com pesquisadores de uma renomada entidade de pesquisa solicitando colaboração no sentido avaliar e certificar configurações das caixas de gorduras versus vazões, a fim de estabelecer de que modo são capazes de atender às necessidades de retenção, tão importantes para o meio ambiente. Querendo, assim, vir a fornecer melhores especificações a serem utilizadas pelos profissionais responsáveis por projetos.

 

Fonte: http://www.tego.com.br/

acesso em fevereiro de 2009

Agradeço a Fernando Alberto Grazziotin (grazziotin@tego.com.br) pelo envio de informações em fevereiro de 2009 para composição desta página