Pequenas Empresas

“Coco Express”

Foi numa fila de banco em Manaus, num dia ensolarado de 1995, que o engenheiro mecânico Eduardo Bretas, então funcionário da Gillette, notou o sucesso que fazia um vendedor ambulante com um surrado isopor repleto de cocos e gelo. Chamou a atenção de Bretas o fato de todos os suados clientes do rapaz fazerem sempre as mesmas perguntas: “Está gelado? Tem bastante água?” Foi o suficiente. Ali mesmo surgiu a idéia que tiraria esse carioca de Manaus e o levaria a Curitiba em busca de um negócio próprio capaz de, em dois anos, lhe render um lucro bruto de R$ 5 milhões. Bretas, hoje com 50 anos, inventou uma máquina que retira a água do coco e, rapidamente, a engarrafa, gelada. E sempre na mesma quantidade. O que era biscate de esquina foi parar nos corredores de piso de mármore dos shoppings. A empresa Coco Express, hoje conta com 800 pontos-de-venda espalhados pelo país e com negócios no Exterior. 

Fundada em 1991, em Manaus, onde a boa administração aliada a disposição para novos empreendimentos, a Vertbelo fez sua história de sucesso e prosperidade. Em busca de novos horizontes, mudou-se em 1997 para Curitiba. No mesmo ano lançou no mercado brasileiro o “Sistema de Extração e Refrigeração Instantânea para Água de Coco” – COCO EXPRESS, cuja patente de invenção e Marca são de sua propriedade. A Coco Express já tem pontos em Miami, em Caracas e no México. A empresa não entra na distribuição ou no comércio do produto, apenas vende as máquinas e licencia o uso da marca. Inicialmente, eram carrinhos móveis, mas o êxito obrigou o engenheiro a desenhar quiosques, maiores. “Hoje nossos licenciados chegam a vender 500 cocos num dia”, diz Bretas. O engenheiro Bretas, da Coco Express, continua em busca de inspiração no comércio de rua. De lá saiu a idéia de uma vending machine (como as máquinas automáticas de refrigerante) para comida. “Já vendemos unidades para fabricantes de pizza e quibe”, diz. Croquetes, cocadas e até o ovo de botequim podem estar com seus dias de artesanato contados. 

O modelo de utilidade MU 7703194 referese a um sistema móvel para extração e refrigeração instantânea de água de coco. Descreve-se a presente patente como um sistema móvel para refrigeração instantânea de água-de-coco que por suas características inéditas possui as funções de extrair e refrigerar água-de-coco, o qual é fixado adequadamente à sua estrutura, de forma a permitir a extração da água do interior do fruto sem a interferência do usuário. O sistema é composto por uma caixa retangular, com uma serpentina no interior, uma pequena torneira, uma haste tubular rosqueada, um funil de inox com um dispositivo especial condutor da água-de-coco, uma peneira e um vazador. 

A partir da invenção do Coco Express, o comércio da água-de-coco, passou a ser uma atividade comercial devidamente legalizada e dinâmica, tornado-se um segmento empresarial. O COCO EXPRESS, possibilitou a introdução do comercio de água-de-coco, em diversos ninchos do mercado. Quem poderia imaginar algum vendedor de coco, dentro de um Shopping Center, com facão em punho, pronto para abrir o fruto e entrega-lo ao consumidor? Por ser de fácil operação, além de não oferecer risco ao consumidor , o Sistema Coco Express foi e continua sendo um grande sucesso. Desde o lançamento, a Vertbelo colocou no Mercado Brasileiro 2200 unidades/máquinas COCO EXPRESS., perfazendo o total de aproximadamente 800 licenciados.

Quando o casal Maria Lélia Lisboa Belo e Eduardo Bretas decidiu investir no negócio de água de coco, há sete anos, não imaginou os transtornos que o sucesso traria. Ao ser demitido do cargo de superintendente de engenharia da Gillette, em Manaus, Bretas e Maria Lélia mudaram-se para Curitiba com os cinco filhos, dispostos a concretizar o sonho de criar um sistema exclusivo e inovador de extração de água de coco. Bretas trabalhou um ano e meio no projeto da máquina e registrou-a no INPI por intermédio de um escritório de patentes. Em 1997, com o protocolo do registro, que tem a mesma validade do documento definitivo, escolheu a fábrica para fazer o protótipo. Sem estrutura adequada, o fabricante foi orientado por Bretas e, com o dinheiro investido pelo casal, modernizou sua indústria.

“Queríamos terceirizar a fabricação para evitar despesas iniciais. Com o registro da máquina de extração de água de coco no INPI, achávamos que estávamos protegidos contra a pirataria e poderíamos tirar os vendedores de coco do comércio marginal, levando-o a outros espaços, como shoppings”, conta Maria Lélia. A fábrica escolhida por Bretas passou quatro anos produzindo o maquinário vendido aos franqueados da rede Coco Express, fundada pelo empresário e sua mulher. Cada máquina custava R$ 2,7 mil para o casal e era revendida ao franqueado por R$ 3,2 mil. A fábrica produzia, em média, de 60 a 90 máquinas por mês. Até que, desrespeitando a exclusividade e a patente do cliente, a indústria começou a comercializar a máquina para outros interessados, por preço inferior. Logo outras fábricas começaram a produzir o equipamento, inclusive com peças de qualidade inferior, que colocam em risco a saúde do consumidor de água de coco.

Que garantias, afinal, tem o pequeno empresário que investe no sonho? A proporção, hoje, é de seis cópias para cada equipamento original no mercado. Para não falirmos por causa da pirataria, tivemos que ampliar a empresa, fabricando, nós mesmos, as máquinas de coco, produzindo para pizza e peças em fibra para a construção civil. A pirataria por aqui só é combatida quando prejudica multinacionais. Os verdadeiros empreendedores, brasileiros criativos e com poucos recursos, estão desprotegidos”, desabafa a empresária. Maria Lélia e Bretas estão na Justiça contra 15 pessoas jurídicas. Mas a falta de laudo do INPI também prejudica o andamento dos processos, prolongando a batalha judicial e permitindo que os acusados, proibidos de comercializar o produto, transfiram o caso para outros fóruns a fim de driblar a Justiça. Isso sem falar em empresas que já foram multadas, mas continuaram vendendo a máquina pirateada. A empresária afirma que faltou apoio do INPI e agilidade. Segundo ela, o órgão teria que emitir um laudo ou deslocar um profissional para ser testemunha no caso, garantindo a soberania do seu registro, que demorou dois anos e três meses para ser emitido. 

Atualmente, a Vertbelo Indústria e Comércio de Equipamentos, de Pinhais (PR), é mais um caso de sucesso e trabalha em uma máquina automática de mistura para chás. “É preciso preparar as pessoas para um novo empreendimento. As leis trabalhistas e o sistema tributário do Brasil criam obstáculos, mas, se estivermos preparados, conseguiremos ultrapassar”, afirma Bretas. A Vertbelo Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda., é fabricante e detentora do licenciamento dos equipamentos de vending machine que levam a logomarca Matte Leão. , sendo também responsável pela distibuição do xarope de fabricação da Leão Junior, que são utilizados pelos equipamentos. A vending machine Matte Leão, proporciona ao consumidor uma bebida gelada, servida no ato da compra em copos plásticos descartáveis, utilizando sistema revolucionário de dosagem, comandada e controlada eletrônicamente, garantindo assim a proporcionalidade, qualidade, praticidade e o perfeito funcionamento da operação de self service.Todo este sistema INOVADOR é oriundo de uma parceria da Vertbelo Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda com a Leão Junior – , sendo a Vertbelo, fabricante dos equipamentos e detentores da tecnologia das Mate Machines e a Leão Junior, proprietária da logomarca Matte Leão. 

Fonte: http://epoca.globo.com/edic/19990830/neg4.htm 
http://www.cocoexpress.com.br/prod/indprod.htm 
http://www.cocoexpress.com.br/empresa/historico.htm 
acesso em fevereiro de 2003 
http://www.iel.org.br/publicacoes/arquivos/revista/junho2005.pdf 
http://www.vertbelo.com.br/hiper/indexpt.htm 
acesso em outubro de 2005 
“Invenções: Sem garantias para lutar com a pirataria”, Jornal do Comércio, 03/06/2003 
http://www.finep.gov.br/premio/fotos_brasilia_final_2005/julgamento/pages/Foto%20João%20Luiz-FINEP%2044_jpg.htm 
acesso em outubro de 2006 
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