Mecânica

Embalagem para Tomate e Pimentão

Depois de mais de dois anos de pesquisas, foi lançado em 1999, na Embrapa Hortaliças, a nova embalagem para comercialização de tomate e pimentão no varejo. A nova embalagem substitui a antiga caixa ‘K’, assim denominada devido ao uso original de transporte de querosene durante a Segunda Guerra Mundial e ainda hoje utilizada em todo o país para o transporte de hortaliças. A partir da constatação de que a utilização da caixa ‘K’ contribui para o elevado percentual de perdas pós-colheita que atinge a comercialização de tomate e pimentão, a equipe liderada pelas pesquisadoras Rita de Fátima A. Luengo e Milza Moreira Lana (Embrapa Hortaliças) e os Eng. Agrônomos Mário Felipe Melo e Edson Nascimento (Emater-DF) desenvolveu um modelo de caixa plástica que facilita o transporte e a exposição dos frutos nos supermercados, além de protegê-los contra a ocorrência de machucados, amassamentos e sobrecargas de peso.

Segundo Rita de Fátima, “a caixa ‘K’ é feita de madeira, possui superfície áspera e comporta grande número de produtos, o que contribui o aparecimento de danos nos frutos. Já a nova embalagem foi desenhada anatomicamente para proteger o tomate e o pimentão”. A nova embalagem permite comportar pequeno número de camadas de produtos, possui uma superfície lisa e dispositivos de encaixe para empilhamento, não é tampada e, por dentro, tem os cantos arredondados para manter íntegra a casca do tomate e do pimentão. Além disso, é retornável (o que reduz o custo da embalagem pois passa do produção para comercialização e vice-versa), paletizável (o que facilita a carga e descarga), higienizável, pois pode ser lavada (o que reduz a transmissão de doenças) e auto-expositiva, pois pode ir direto do campo para os supermercados. A capacidade da caixa varia de 13kg para tomate e 6,5kg no caso do pimentão, e as dimensões externas ficaram em 50 cm de comprimento, 30 cm de largura e 23 cm de altura. Durante o desenvolvimento do projeto, a nova caixa foi testada por produtores do Núcleo Rural Taquara, no Distrito Federal. A empresa Citro Plásticos Ltda, de Itupeva, São Paulo, produzirá a nova embalagem em escala comercial.

A patente de modelo de utilidade MU7700933 refere-se a aperfeiçoamento da embalagem para tomate e pimentão no varejo. Refere-se a um modelo de embalagem de plástico, associando-se requisitos técnicos para proteger os produtos contra agentes externos, como danos mecânicos, amassamentos e sobrecarga, e ainda agentes internos como acúmulos de gás carbônico, a fim de proporcionar um bom arejamento do produto, indispensável a uma melhor conservação. A vantagem comparativa da nova embalagem proposta é que possui superfície lisa; ausência de aberturas laterais cortantes; pouca profundidade, que comporta pequeno número de camadas de produtos; não é tampada e possui “ombros” que separam e ajustam uma caixa na sequinte quando do empilhamento para transporte; possui medidas que se encaixam perfeitamente em paletes; possui superfície interna arrendondada e saliente, no formato de um semi-círculo Essas características desfavorecem as injúrias mecânicas e protegem o tomate e pimentão. Cabe destacar que a caixa plástica é indicada para uso no transporte de curta distância, como CEASA e supermercado, com retorno, porque existe um vínculo entre vendedor e comprador que facilita a troca de uma caixa cheia por outra vazia. A nova embalagem tem as seguintes dimensões: 30 cm de largura por 21 cm de altura e 50 cm de comprimento. 

Elza Ângela Brito da Cunha, chefe da secretaria de propriedade intelectual da Embrapa, acredita no interesse das empresas nacionais por novos processos e produtos mas, para que um acordo se concretize, é preciso investir muito tempo e trabalho no estudo do mercado, identificando, por setor e área de conhecimento, futuros “clientes”. Para exemplificar, em entrevista dada em 2002, Elza cita o destino dado à uma nova embalagem para o transporte de legumes e verduras – mais anatômica para o carregamento e com maior poder de proteção dos alimentos – desenvolvida pela Embrapa. “Fizemos um contrato de licenciamento exclusivo. Mais tarde, descobrimos que a empresa não tinha nenhum poder de penetração no mercado”, conta, dizendo que, só no Ceasa de São Paulo, 500 mil dessas caixas são utilizadas por noite. 

Fonte: http://www.cnph.embrapa.br/noticias/not_28.htm (cache Google)
http://www.embrapa.br/novidade/publica/balsoc/segalim.htm 
http://www.inpi.gov.br/noticias/conteudo/clippings/07-06/16.htm 
http://www.gecal.com.br/embrapa.htm 
acesso em março de 2003
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